Celebrando os seus 25 anos de atividade, a ADENE – Agência para a Energia reafirma o seu compromisso com a descarbonização da economia e com a transição energética, dando especial atenção aos edifícios que “são motores de transição energética. O nosso compromisso é não deixar ninguém para trás. O tempo é agora, e a ADENE responde com inovação, presença e ação”.
A data foi assinalada esta segunda-feira, numa conferência dedicada que decorreu na Nova SBE, em Carcavelos. Na abertura, Nelson Lage, presidente da ADENE, recordou que “em 2020, entrámos numa ADENE quase vazia, com um enorme clima de incerteza no ar. Hoje, somos mais dinâmicos, mais humanos. Somos modernização e o elo entre as metas europeias e as ações do Governo. O que mais me entusiasma são os próximos 25 anos”, afirmou, destacando “uma ADENE mais colaborativa, mais digital, motor de uma transição energética justa e inclusiva. Porque a transição energética não acontece sozinha, precisa de governos, colaboração institucional, cidadãos, academia, de quem acredita que o futuro pode ser mesmo melhor. E não há transição energética sem uma ADENE forte, nem uma ADENE forte sem transição energética. Se juntos fizemos os últimos 25 anos, imaginem o que podemos fazer a partir de hoje”.

“Um quarto de século de políticas de energia em Portugal”
Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e da Energia, marcou presença na abertura do evento, assinalando a celebração não só dos 25 anos da criação da ADENE, mas também “um marco nas políticas energéticas do país. As políticas focadas na produção de energia passaram a colocar os consumidores no centro das decisões”. Para a ministra, “se há setor onde tem existido um ‘pacto de regime’ é na energia. Tem havido compromisso e coerência e Portugal fechou o ano de 2024 com 71% de toda a energia elétrica proveniente de fontes renováveis. Esta percentagem será de 80% em 2030 e poderemos até antecipar a meta para 2026”.
Segurança energética “é mais importante do que nunca”
Com o grande (e previsível) aumento das necessidades de eletricidade em todo o mundo, a par das alterações climáticas galopantes e dos desafios e tensões geopolíticas atuais, “a segurança energética é hoje mais importante do que nunca. É quase tão importante como a segurança nacional ou económica”, defendeu Fatih Birol, Diretor Executivo da AIE – Agência Internacional de Energia, na sua intervenção. “Quanto mais diversificadas as fontes de produção de energia, melhor”. Ao mesmo tempo, é necessária previsibilidade “para não assustar os investidores” e “cooperação internacional. Porque as emissões não têm fronteiras, o mundo é um só. É crucial encontrar os parceiros certos para garantir a diplomacia energética”. E considera que Portugal tem feito “um excelente trabalho nestas áreas”.
Durante o evento, participaram também personalidades como Jean Barroca, Secretário de Estado Adjunto e da Energia; Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais; Paula Abreu Marques, Chefe de Unidade e vice-diretora da Direção-Geral de Energia da Comissão Europeia ou Jorge Moreira da Silva, subsecretário-geral da ONU e diretor executivo da UNOPS. Os ex-ministros João Pedro Matos Fernandes, Assunção Cristas e Artur Trindade participaram numa mesa-redonda de debate, na qual concordaram que a transição de energética é um caminho sem volta que tem de acelerar, com rigor, sem entraves ao investimento.