Neste quadro, o setor atravessa uma transformação tecnológica muito significativa para acompanhar as grandes tendências da construção e da sociedade: conforto, eficiência energética, digitalização, sustentabilidade e circularidade.
Presentemente, a Internet das Coisas (IoT) está a inaugurar uma nova forma como utilizamos e gerimos os edifícios. E as janelas inteligentes já fazem parte desta realidade, passando a estar equipadas com sensores de temperatura, humidade, luminosidade e qualidade do ar, que podem comunicar com sistemas de ventilação, climatização e proteção solar. Estas tecnologias permitem otimizar o desempenho energético em tempo real, evitar desperdício energético, aumentar o conforto térmico e acústico. Num cenário em que o aquecimento e arrefecimento das habitações pesa significativamente na fatura energética, a janela passa a ter um papel cada vez mais ativo na gestão inteligente do consumo, contribuindo para edifícios mais sustentáveis.
A sustentabilidade é, aliás, o grande fio condutor das transformações em curso. Hoje, o ciclo de vida dos produtos, o uso de materiais recicláveis e de baixo impacto ambiental, a durabilidade e a facilidade de manutenção, são critérios indispensáveis desde o projeto de substituição à instalação de janelas eficientes. O setor tem investido de forma consistente em inovação, certificações da Qualidade e ambientais, respondendo às crescentes exigências da regulamentação e das metas nacionais e europeias de descarbonização.
Mas o futuro vai ainda mais além. Caminhamos para edifícios energeticamente autossuficientes (ZEB), onde as janelas terão um papel decisivo. A investigação já permite criar vidros fotovoltaicos capazes de gerar eletricidade a partir da luz solar. Estas soluções poderão transformar a área de vidro numa pequena unidade produtora de energia — uma mudança discreta, mas com potencial para alterar a forma como os edifícios produzem e consomem energia.
Esta visão de futuro requer, porém, uma transformação em todo o setor das janelas eficientes. Fabricantes, instaladores, projetistas e arquitetos terão de se adaptar a novas exigências técnicas e digitais, com a formação e a qualificação a serem fundamentais para acompanhar todas as inovações.
Na ANFAJE, defendemos que o futuro assenta no reforço da formação, na cooperação e numa visão associativa conjunta. O setor posiciona-se como peça central para uma construção mais inteligente e mais sustentável. As janelas do futuro serão muito mais do que aberturas para o exterior — serão interfaces tecnológicos, geradores de energia e símbolos de uma nova forma de viver os edifícios.
Estamos perante uma oportunidade única: aliar a inovação digital à sustentabilidade para criar edifícios mais confortáveis e eficientes. As janelas assumem um forte protagonismo nesta transição. E cabe-nos a nós, enquanto setor, garantir que estamos prontos para contribuir para esta nova era da construção.



