O Porto é hoje uma cidade que voltou a acreditar no seu futuro. Uma cidade que perdeu o medo de crescer, de se reinventar e de olhar para o território com ambição e confiança. Durante décadas, o crescimento urbano fez-se sobretudo a oeste, empurrando a cidade para fora de si mesma, enquanto a zona oriental permanecia esquecida, configurando-se como um espaço de transição, industrial e periférico. Hoje, essa geografia está felizmente a mudar.
A zona oriental do Porto é, neste momento, o território de maior potencial de transformação da cidade. Entre o Freixo, Campanhã e as Antas, está a emergir uma nova frente urbana, mais equilibrada, mais densa e mais habitável. É aqui que se desenha a próxima década do Porto: uma cidade que se expande sem perder a escala humana, que acolhe novos projetos residenciais e empresariais, mas também novos espaços públicos, serviços e mobilidade.
Projetos estruturantes como o Central do Freixo, o Modu ou as intervenções na Alameda das Antas ilustram de forma clara essa mudança de paradigma. Mais do que empreendimentos imobiliários, são expressões concretas de uma estratégia que conjuga reabilitação urbana com criação de nova centralidade. O Freixo abre o Porto ao Douro, transformando antigos vazios industriais em frente ribeirinha habitada; o Modu afirma-se como polo empresarial e de inovação, integrando escritórios, serviços, espaços culturais, educativos e espaços de trabalho flexíveis; e a Alameda das Antas consolida-se como eixo residencial de qualidade, onde a arquitetura e o espaço público convivem numa lógica de bairro urbano contemporâneo.
A visão que sustenta esta transformação é clara: crescer com propósito. Não se trata apenas de construir mais, mas de construir melhor. O desafio da zona oriental é o de criar uma continuidade urbana que una o centro consolidado à frente ribeirinha e às novas áreas habitacionais, promovendo uma cidade mais completa, mais acessível e mais diversificada.
A chegada de grandes projetos de reabilitação e reconversão (sejam residenciais, mistos ou de serviços) é um sinal do amadurecimento do mercado e da confiança dos investidores na cidade do Porto. O antigo tecido industrial dá agora lugar a novos polos de atividade, em que arquitetura contemporânea, sustentabilidade e integração urbana andam lado a lado.
Mais importante do que os empreendimentos em si, é o que eles representam: a concretização de uma nova política de cidade. Uma política que olha para o território oriental como oportunidade, não como problema. Que aposta na habitação, na mobilidade e na qualidade urbana como motores de desenvolvimento económico e social. Que procura equilibrar o Porto, levando centralidade onde antes havia apenas margem.
Este processo não aconteceu por acaso. É o resultado de uma visão corajosa e agregadora de cidade, do consequente planeamento urbano e de uma colaboração ativa entre o setor público e o privado. A autarquia assumiu o papel de catalisador, criando condições, planos e infraestruturas, e os promotores responderam com investimento, inovação e confiança.
Hoje, o Porto cresce de forma mais inteligente e integrada. Cresce por dentro, respeitando a sua identidade e alargando as suas fronteiras urbanas com qualidade e propósito. A zona oriental simboliza exatamente isso: um Porto que já não teme o crescimento, porque aprendeu que crescer é, também, uma forma de se regenerar.



