A resistência do vidro ao impacto é classificada em 6 níveis de segurança, designados por classes de resistência (RC): RC 1, RC 2, RC 3, RC 4, RC 5 e RC 6. No entanto, no caso específico das janelas, apenas são aplicáveis as classes RC 1, RC 2 e RC 3, que correspondem a diferentes graus de proteção contra tentativas de intrusão.
O 1º nível de segurança (RC 1) corresponde à proteção mais elementar: uma resistência básica contra esforços de arrombamento que recorre apenas à força física, como pontapés ou murros, ou ao uso de ferramentas de pequeno porte. Esta classe é indicada para janelas localizadas em pisos altos ou em locais de difícil acesso, onde o risco de intrusão é mais reduzido. Não é, por isso, recomendada para áreas de passagem frequente ou para janelas situadas em pisos térreos.
O nível seguinte (RC 2) já garante uma segurança acrescida face a tentativas de arrombamento mais persistentes. Nesta classe, as janelas são concebidas para resistir a impactos repetidos e prolongar o tempo necessário para uma intrusão. O objetivo é desencorajar o invasor e reduzir as hipóteses de assalto. Aqui já se prevê o uso de ferramentas simples, como chaves de fendas, alicates, pequenas serras manuais ou cunhas. É a solução adequada para portas e janelas com acesso direto a varandas, jardins ou terraços.
A RC 3 eleva ainda mais o nível de resistência. Este grau de segurança é concebido para resistir ao uso de ferramentas mais robustas, como pés-de-cabra, martelos, berbequins mecânicos ou chaves de maior dimensão. São soluções indicadas para janelas e portas em contacto direto com o espaço público. Neste cenário, o reforço estrutural é essencial para garantir proteção, contra métodos de arrombamento mais sofisticados, nos quais os intrusos recorrem a ferramentas pesadas para forçar a entrada.
As classes superiores – RC 4, RC 5 e RC 6 – não são habitualmente aplicadas em janelas residenciais. São utilizadas, sobretudo, em portas e portões que necessitam de um grau de segurança muito elevado. A RC 4 resiste a ataques com ferramentas elétricas alimentadas por bateria; a RC 5 a equipamentos de maior potência; e a RC 6 inclui ainda resistência contra técnicas de manipulação e chaves falsas.
No que respeita aos vidros de segurança, a sua classificação segue a norma europeia EN-356 que define os testes em laboratórios notificados que permitem avaliar e classificar a resistência dos vidros de segurança ao ataque manual, organizando-os em dois grupos: A e B. No grupo A, o vidro é testado contra o impacto repetido de um objeto duro lançado de diferentes alturas, originando as classificações de P1 A a P5 A. Já no grupo B, avalia-se a resistência ao ataque com martelos, resultando nas classes P6 B, P7 B e P8 B. Embora os métodos de ensaio sejam distintos, as classificações funcionam como etapas progressivas, traduzindo o nível de proteção que o vidro pode oferecer.
Em resumo, a escolha da classe de resistência antirroubo para janelas e portas depende, em grande medida, da sua localização e do nível de risco associado. É fundamental selecionar a solução adequada a cada situação, recorrendo sempre à orientação de fabricantes e instaladores qualificados, capazes de propor a resposta técnica mais eficiente em termos de segurança antirroubo.