Britânicos são os principais compradores de casas em resort

18/03/2020
Britânicos são os principais compradores de casas em resort

O mercado britânico continua a apostar na compra de casas em resort no Algarve no primeiro semestre de 2019, mostra o mais recente estudo sobre o Mercado dos Resorts em Portugal. Este mercado tem uma quota de 56% no eixo Albufeira-Loulé, com a maior oferta de turismo residencial. O seu ticket médio ronda os 5.621 euros/m², uma subida face aos cerca de 5.000 a 5.500 euros/m² registados no semestre anterior.

Segundo este relatório, nenhum outro país tem uma representatividade próxima da britânica, mas foram feitas compras por compradores de 13 outras nacionalidades, nomeadamente Irlanda, França e Holanda. China, Rússia, África do Sul e EUA foram outros países ativos.

Já na região do Barlavento, são 12 as nacionalidades em destaque, com os britânicos a representar 27% do total, seguidos pelos franceses, com 19%, pelos suecos, com 14% e pelos irlandeses, com 11%, sendo que os suecos têm o ticket médio mais elevado, de 3.214 euros/m².

No mercado dos resorts, é no eixo Albufeira-Loulé que se encontra o preço mais elevado por habitação, acima dos 7,6 milhões de euros, seguido pelos 6,7 milhões da Costa Atlântica. Este eixo tem também os preços mais altos do mercado (4.723/m²), um valor significativamente maior do que as restantes áreas dentro do Algarve (72% superior ao Sotavento e 43% superior ao Barlavento). Quando comparado à Costa Atlântica, os preços no eixo Albufeira-Loulé estão 20% acima.

Comentando estes números, Rui Meneses Ferreira, presidente da APR, destacou em outubro, apresentação do documento que “durante o primeiro semestre de 2019, o mercado imobiliário dos resorts continuou o ciclo de recuperação dos preços de vendas iniciado no ano passado, apesar do ritmo mais lento em relação ao final de 2018. Assim, depois de ter atingido um aumento de 18,3% no final de 2018, a valorização para este tipo de ativos é agora de mais 10,7%”.

Portugal alvo de investimento de 1200 milhões

Em novembro do ano passado, numa entrevista ao Expresso, Rui Meneses Ferreira que, desde agosto último é presidente da Associação Portuguesa de Resorts, disse que Portugal seria alvo de um investimento de 1200 milhões de euros em resorts.

“São projetos que se dividem em unidades de turismo residencial, que têm consolidação por via de hotéis e outras infraestruturas”, acrescentou.

O volume de investimento previsto resulta de um apanhado feito pela APR junto das suas duas dezenas de associados que possuem mais de 30 resorts em Portugal. “Não estão incluídos novos resorts. Trata-se de expansão, melhoramento, requalificação e desenvolvimento, porque muitas unidades estão ainda numa fase embrionária”, acrescentou na altura, àquele jornal, Pedro Fontainhas, diretor executivo da APR.

“O maior volume de investimento previsto está no Algarve, que representa 70% do total. Seguem-se a costa alentejana e a região de Lisboa, que repartem, de forma equitativa os 30% restantes”, explicou Rui Meneses Ferreira.

Para os dois responsáveis da associação, Portugal está na moda e “a nossa expectativa é que o turismo residencial vai continuar a crescer em Portugal”. Além das razões tradicionais, as infraestruturas são também muito relevantes. “Portugal é muito competitivo tanto a nível rodoviário, como de telecomunicações e em alguns serviços públicos como a saúde, onde em 2018 éramos o 12º a nível mundial”, destacou Pedro Fontainhas.

O Reino Unido continua a ser o mercado mais importante para o turismo residencial. “Depende das zonas, mas no eixo Albufeira-Loulé representa mais de 50% dos compradores. O mercado sueco também tem crescido nos últimos anos, em particular na zona de Lagos, onde começam a destronar os britânicos. Já na costa alentejana serão os franceses que começam a substituir os britânicos”, disse ao Expresso Rui Meneses Ferreira.

“Algumas zonas do país começam também a ter compradores espanhóis, mas queremos desenvolver esse mercado ‘natural’, pois ainda não tem a expressividade que gostaríamos”, acrescenta.