Leilões voltam a inovar no mercado imobiliário

20/05/2020
Leilões voltam a inovar no mercado imobiliário

São mais de 30 os imóveis residenciais disponíveis para licitação online até às 15 horas do dia 15 de junho, numa ação conjugada entre o Millennium bcp e a UON Mediação Imobiliária. A carteira de imóveis que compõem os lotes do leilão é fundamentalmente residencial, dispersa por 9 distritos e 28 concelhos, com um valor global de licitação de mais de 4,8 milhões de euros. É composta por quatro apartamentos de tipologias T1 a T4, com áreas a partir de 62 m2 e valores de licitação entre 45 e 84 mil euros; 33 moradias de tipologias V0 a >V5, com áreas a partir de 47 m2 e valores de licitação a partir de 6.400 euros, algumas com terrenos rústicos associados.

Esta ação, apesar de ter já ocorrido em dezembro do ano passado, levada a cabo também para uma carteira selecionada de imoveis residenciais do Millennium bcp, não deixa de beneficiar da sua caraterística inovadora, em termos do seu formato ou estrutura de funcionamento. O próprio nome “Leilão Invertido” incute-lhe uma dinâmica particular, ao nível dos preços que, numa primeira fase decrescem. Passamos a descrever como funciona. A cada lote é atribuído um valor de licitação que sofrerá decréscimos aleatórios em valor e data, até que alguns dos inscritos no leilão faça o lance online, o qual passará a ser considerado o valor atual desse lote. A partir deste, os inscritos poderão fazer licitações mais elevadas, segundo a lógica de funcionamento de um leilão tradicional e com incrementos pré-definidos de mil euros.

Nesta operacionalidade, o Millennium comunicou ter definido valores mínimos abaixo dos quais não aceita vender cada um dos imóveis. E, neste contexto, se o último lance, feito às 15h do dia 15 de junho de 2020, for igual ou superior ao valor mínimo, o imóvel é vendido ao cliente inscrito que fez essa licitação online.

Como licitar

Para licitar, os interessados deverão cumprir as habituais formalidades, preenchendo uma proposta/impresso onde consta toda a informação que virá a ser exigida para efeitos da formalização do Contrato Promessa de Compra e Venda/CPCV. Deverá ainda ser prestada uma caução. Caso o participante tenha arrematado, o valor da Caução será utilizado para pagamento do sinal ou parte deste do Contrato Promessa de Compra e Venda que será assinado no prazo de 72 horas após o encerramento do Leilão, comprometendo-se o participante a não reclamar a devolução da caução prestada e aceitando que o valor da mesma seja transferido pela UON para o vendedor. Caso o participante não arremate nenhum imóvel nem incumpra a obrigação de celebrar o contrato promessa, caso tenha sido o arrematante, ser-lhe-á devolvido o valor da caução entregue, no prazo de 72 horas após o encerramento do processo de Venda Online.

Cumpridas as formalidades de registo, será atribuído um login e password que habilitará o cliente inscrito a licitar até à data e hora do fecho do leilão.

As condições contratuais do CPCV, a subscrever pelos clientes adquirentes de imóveis são as seguintes: um sinal de dois mil euros, se tiver adquirido apenas um lote no leilão e o respetivo valor de adjudicação tenha sido inferior a 100 mil euros; caso o comprador adquira mais do que um lote, ou o valor global das adjudicações seja, independentemente do número de lotes por si arrematados, igual ou superior a 100 mil euros, terá que entregar um sinal correspondente a 5% do respetivo valor global das compras efetuadas e de montante nunca inferior a dois mil euros; Prazo para escritura de 60 dias com possibilidade de 1 prorrogação de 30 dias, contra reforço de sinal mínimo de 5%.

Assim como para todos os imóveis do Banco, também para os envolvidos nesta ação, o Millennium bcp dispões de condições de financiamento adequadas a cada imóvel e cada cliente poderá contar com o apoio da sua rede comercial para o efeito.

Processo simples e sem sair do lugar

Ana Luísa Ferro, diretora comercial da UON, explica que este é um processo simples e para o qual o cliente não precisa de sair do seu lugar. “Face ao período de pandemia que vivemos, que de algum modo restringe as movimentações e os contactos apesar de começarmos a sentir um lento levantar das restrições, e porque esta é uma solução cada vez mais enraizada na cabeça dos diversos intervenientes, será um leilão 0nline, denominado Leilão Invertido Uonline”.

A divulgação do leilão está a ser realizada online e offline, com os lotes constantes no leilão a serem também exportados para uma grande diversidade de portais nacionais e internacionais. “Temos igualmente programadas ações de divulgação em meios de comunicação em papel e maioritariamente digital onde, entre outros, destacamos o Público. São ainda merecedoras da nossa atenção as redes sociais como o FaceBook, Instagram e o Linkedin. A um nível mais local contactamos os segmentos alvo que associamos a cada ativo para o que divulgamos flyers, sms´s e newsletters dirigidas”.

Ana Luísa Ferro destaca ainda o facto de a Uon dispor de uma equipa de consultores, identificados no site, apta a prestar todos os esclarecimentos associados a cada lote e a agendar visitas aos imóveis. “Face à parceria com o Millennium bcp, esta entidade, e através dos canais próprios, está a fazer a divulgação da ação promovendo a interação entre os seus gestores e os nossos consultores, o que facilitará a agilização de toda a tramitação associada ao financiamento da aquisição”.

Oportunidade de negócio

Para Ana Luísa Ferro, o leilão representa uma oportunidade de negócio e tem potencial de sucesso em qualquer circunstância, com ou sem crise e seja qual for a sua natureza. “Impõe a existência de ativos para vender e de potenciais interessados para os comprar. No caso dos ativos imobiliários existe um terceiro fator que é o crédito, o qual é determinante para a conclusão do negócio. Estão assim, em nosso entender, reunidas as condições ideais para o sucesso desta ação”. No entender da especialista, continua a haver muitos ativos em venda, com preços competitivos e procura para os mesmos. “A estes fatores acresce a associação nesta operação ao Millennium bcp que nos permitirá agilizar toda a tramitação associada ao Financiamento da aquisição. O período de confinamento pode não favorecer as visitas daqueles que se encontrem mais distantes ou mais vulneráveis, mas poderão visualizar as respetivas fotos e vídeos e contactar a nossa estrutura para prestar todo o auxílio que entendam necessário”.

Para além de invertido, online

Em dezembro do ano passado, o Millennium bcp realizou o primeiro leilão invertido de imobiliário em Portugal. Carlos Nunes, responsável de vendas Retalho da Direção de Crédito Especializado e Imobiliário, do Millennium bcp, relembra que, enquanto no ano passado o leilão foi presencial (realizado em sala), o atual, para além de invertido, é também online, atendendo à realidade que nos é imposta pela situação de pandemia em que ainda estamos envolvidos. “Por esta razão, consideramos que, no quadro da situação agora vivida, não faria sentido realizar um leilão presencial. Adicionalmente, o facto de ser leilão invertido e online, permite desenrolar-se por um período de tempo mais longo, neste caso de 45 dias, dando aos investidores a possibilidade de ponderarem, adequadamente, o momento de entrada no leilão, ao contrário de um leilão presencial em que o lote está em licitação, em média, apenas alguns minutos”.

Para Carlos Nunes, a experiência do leilão de dezembro do ano passado foi muito positiva, não só no âmbito da concretização dos objetivos de venda, como também na forma como contribuímos para uma nova consciencialização na forma de atuar em leilão de imóveis. “Embora tenha havido alguma incerteza, e talvez até alguma desconfiança inicial nos investidores, observámos também que as formas de raciocinar e de atuar, distintas das que habitualmente se adotam nos leilões, foram facilmente entendidas e executadas”.

Quanto a expectativas para este ano, Carlos Nunes diz que o Banco espera desta ação, fundamentalmente, uma boa adesão por parte de investidores através da sua inscrição no leilão, já que só assim a licitação é permitida. “Adicionalmente, esperamos que os investidores em geral entendam que, se para determinado imóvel têm um valor em mente, devem atuar licitando logo que esse valor seja atingido, uma vez que, se alguém o fizer antes, eles serão forçados a licitar acima, caso mantenham interesse no imóvel em questão. E uma vez que o lote de imóveis apresenta uma forte dispersão geográfica de norte a sul do país, nada nos leva a crer que tenhamos um resultado inferior ao do leilão de dezembro do ano passado”.

Para este género de ações não há um tipo de cliente específico, pelo que, Carlos Nunes diz que tanto pode ser o investidor habitual e recorrente, aquele que faz do investimento imobiliário a sua principal atividade e reconhece no imóvel uma boa oportunidade de investimento, como poderá ser o investidor ocasional que procura um imóvel em determinada zona do país para, por exemplo, segunda habitação ou até, para investimento numa ótica de colocação no mercado de arrendamento de curto ou de longo prazo.