Efetivamente, no setor construção e do imobiliário, a eficiência energética e hídrica, a energia renovável e a mobilidade sustentável são uma realidade em crescimento, mas que exige uma verdadeira modernização das empresas e um crescente e significativo investimento na capacitação tecnológica e na qualificação dos seus recursos humanos. Existe, sem dúvida, ainda um caminho a percorrer, mas, presentemente, o trabalho “nas obras” e em todos os serviços conexos é muito diferente daquela que é a perceção generalizada da sociedade, ainda associada a uma atividade rudimentar, com um baixo grau de sofisticação e de uma elevada exigência física.
Com efeito, o recurso a novos processos produtivos, como a construção off-site ou modular, a utilização de tecnologias de ponta, como drones, impressão 3D ou a realidade aumentada, e a aplicação de novos materiais, são já realidades inegáveis e o caminho obrigatório para a competitividade e crescimento sustentável deste setor.
A procura pelas empresas que integram a fileira da construção e do imobiliário por profissionais altamente qualificados e por formação para adequada para os seus quadros, tem crescido a um ritmo elevado e a tendência é para um aumento exponencial da necessidade de qualificação nestas áreas, pelo que a oferta de formação tem de acompanhar esta realidade. Assim, é fundamental atuar no sentido de assegurar o alinhamento estratégico da formação profissional com as necessidades empresariais, até para fazer face ao acréscimo do número de pessoas desempregadas, que em agosto último, de acordo com a informação disponibilizada pelo IEFP, aumentou 15,8%, em termos homólogos.
O setor dispõe de Centros de Formação de referência, designadamente o CICCOPN e o CENFIC, que têm de ser potenciados e devidamente financiados, de forma a poderem dar uma resposta a todos os que pretendem iniciar uma carreira profissional com perspetivas de futuro, em especial os mais jovens, com maior apetência para as novas tecnologias, ou, igualmente importante, para os que pretendem valorizar as suas competências ou reorientar a sua formação profissional.
As empresas do setor da construção e do imobiliário precisam de mão-de-obra qualificada, de uma força de trabalho jovem e orientada para os novos desafios como a transformação digital, a Construção 4.0 ou a sustentabilidade, pelo que, é essencial implementar estratégias de mobilização dos mais jovens e reforçar a oferta formativa nestas áreas e em modalidades de formação que privilegiem o contacto com a realidade laboral. Desta forma, será possível uma integração eficaz e uma maior produtividade, fatores essenciais, sobretudo, no momento atual, em que é preciso concretizar atempadamente os investimentos previstos no PRR.