2022: segmento de escritórios vai atrair o maior volume de investimento

07/07/2021
2022: segmento de escritórios vai atrair o maior volume de investimento

O segmento de escritórios vai atrair o maior volume de investimento imobiliário no próximo ano, e em Lisboa poderá mesmo representar cerca de 35% de todo o capital investido, à semelhança de cidades como Madrid ou Milão, prevê a Savills.

Esta é uma das conclusões do mais recente estudo Impacts 2021, elaborado pela consultora, que confirma que a pandemia e os confinamentos impulsionaram transformações em quase todos os setores de atividade económica um pouco por todo o mundo, criando novos paradigmas de consumo e operação, ou reforçando mudanças que já estavam em curso.

O segmento dos escritórios deverá representar mais de 50% do total do investimento imobiliário da região da Ásia-Pacífico. Representará 60% em várias cidades chinesas, Seoul, 55% em Dehli, ou 50% em Londres, Shanghai, Zurique ou Praga. Os escritórios vão representar ainda cerca de 45% do total investido em Atenas, Dublin, Taipei, Auckland, Banguecoque, e 40% em Singapura, Oslo, Varsóvia, Dubai. Berlim, Madrid, Milão, Sidney, Nova Iorque ou Los Angeles estarão a par de Lisboa, com uma representatividade de 35%.

O estudo mostra que 2022 "deverá ficar marcado pelo regresso dos mercados imobiliários em todo o mundo aos níveis de performance pré-pandemia, quer em termos de arrendamento, quer de investimento. Estima-se que o segmento de escritórios seja a principal força-motriz por detrás da recuperação do setor, e que, a nível global, as empresas tecnológicas sejam os principais responsáveis pelo fortalecimento deste segmento imobiliário, designadamente através do arrendamento", pode ler-se em comunicado.

Paulo Silva, Head of Country da Savills Portugal, salienta que "este estudo sublinha a forma atenta e crítica como a Savills está no mercado imobiliário, procurando antecipar tendências a partir de uma leitura atenta da realidade, das reações às mudanças que nos são dadas a observar, bem como do diálogo promovido com os principais operadores dos mercados imobiliários".

Patrícia Liz, CEO da Savills Portugal, refere que "o nosso estudo veio demonstrar claramente, que o vigor que o mercado imobiliário apresentou nos últimos anos é consistente e se manteve em níveis muito interessantes, capaz de uma recuperação de energia que impulsionará as tendências que já se faziam sentir, ainda que de forma tímida, nos anos imediatamente anteriores a esta pandemia. De todos os conceitos que hoje falamos, hot desking, trabalho remoto, reuniões à distância, entre outros... só a agilidade de reuniões via Teams, Zoom, Google meeting, etc. foi de certa forma novidade, todos os outros conceitos de trabalho estavam já a ser implementados das mais variadas formas".

O teletrabalho não vai ditar o fim dos escritórios, segundo a Savills, apesar de esta tendência ter vindo para ficar. Poderá, sim, potenciar o surgimento de novos modelos de trabalho em que o escritório tradicional e o escritório em casa "desempenharão novos papéis num emergente paradigma híbrido".