Coexistência dos Modos Suaves já faz caminho na Maia

30/11/2022
Coexistência dos Modos Suaves já faz caminho na Maia
Crédito: Mário Santos

Nos centros urbanos das freguesias de Águas Santas, Castêlo da Maia e Cidade da Maia já é possível beneficiar de modos suaves, entenda-se, meios de deslocação e transporte de baixa velocidade com reduzido impacto na via pública. São meios que produzem pouco ruído, necessitam de pouco espaço e produzem baixas ou nulas emissões de gases poluentes para a atmosfera, podendo traduzir-se em andar a pé ou na deslocação com recurso a equipamentos como bicicletas, patins, skates, trotinetes e outros meios similares de mobilidade integralmente sustentável.

No contexto da gestão da mobilidade nas cidades contemporâneas, a caracterização das deslocações em modos suaves é uma etapa relevante de análise do território. A Maia tem vindo a encetar essa reflexão e está hoje a concretizar, no terreno e com plena adesão da comunidade, destacando-se particularmente o entusiasmo com que os mais jovens fazem a apropriação desses espaços urbanos, desfrutando em pleno dos modos suaves.

Nesta transição de paradigma que se está a concretizar na Maia, o modo pedonal e o modo ciclável surgem como alternativas realistas e positivas ao automóvel para deslocações de curta distância, apresentando uma inequívoca mais-valia económica, social e ambiental.

E é este o caminho que a Maia está já a fazer para tornar o Município mais preparado e competitivo perante os desafios do futuro, em domínios como a digitalização e descarbonização do território, a mobilidade sustentável, inclusiva, segura, justa e respeitadora do ambiente, a adaptação e mitigação dos impactos das alterações climáticas e a demografia.

“A nossa estratégia prevê um investimento contínuo nos modos suaves de mobilidade enquanto fator decisivo para a adoção de um estilo de vida saudável. “O paradigma que queremos para os nossos centros urbanos é o do primado do transeunte que caminha a pé ou utiliza meios de transporte com zero impacto carbónico, como a bicicleta ou a trotinete, concedendo também a devida atenção aos transportes públicos coletivos intermodais”, sublinha o presidente da Câmara Municipal da Maia.

Plano Mobilidade Sustentável

Quando falamos em segurança, a entrada em vigor do Plano Municipal de Segurança Rodoviária, datado de 2011, já permitiu implementar ações de melhoria, que reduziram a sinistralidade rodoviária do concelho da Maia. A edilidade assume que, atualmente, “o concelho não possui pontos negros”. Ainda existem alguns pontos de conflito, mas que têm vindo a ser minimizados com as várias requalificações de arruamentos e as obras efetuadas para a promoção dos modos suaves, “o que tem vindo a tornar esse problema tendencialmente residual”, ressalva António Silva Tiago.

Já o Plano de Mobilidade Sustentável da autarquia, datado de 2013 e revisto em 2021, estabelece a estratégia global de intervenção em matéria de organização das acessibilidades e gestão da mobilidade, definindo um conjunto de propostas que contribuem para a implementação e promoção de um modelo de mobilidade mais sustentável. O plano pretende ser um indutor de uma maior coesão social, compatível com o desenvolvimento económico e orientado para a proteção do ambiente e eficiência energética.

Com a sua implementação, o Município pretende a recuperação da função de rua e da identidade local; a recuperação da sociabilidade urbana; a valorização da mobilidade suave no espaço-canal; a valorização do conceito de unidades de vizinhança; a adoção de medidas de acalmia de tráfego e a adoção de Z30 e Zonas de Coexistência Multimodal. “Estamos a fazer todo um caminho rumo a uma mobilidade inclusiva, mais segura e sustentável”, afiança António Silva Tiago.

No âmbito do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, a Câmara Municipal tem vindo a reduzir os limites de velocidade em vários locais do Concelho, sendo que esta questão se intensificou com as recentes obras executadas e em curso de promoção dos modos suaves.

Nesta fase, já foram intervencionados vários arruamentos nos núcleos urbanos das freguesias de Águas Santas, Castêlo da Maia e Cidade da Maia. Em alguns casos, depois da conclusão da empreitada, foram fixados os limites de velocidade nos 30 km/ e nos 20 km/h em zonas de coexistência. Nesses núcleos urbanos estão em execução várias empreitadas para implementação de limites de velocidade, nomeadamente na freguesia de Águas Santas, onde decorrem obras em quatro arruamentos, na do Castêlo da Maia em nove e na Cidade da Maia em 13. “Na Maia queremos revolucionar a mobilidade dos maiatos e das maiatas”, confessa Silva Tiago.