Contexto de pandemia não abranda procura no distrito do Porto

27/01/2021
Contexto de pandemia não abranda procura no distrito do Porto

O setor imobiliário tem vindo, nos últimos anos, a atravessar uma fase particularmente dinâmica, aproveitando a atratividade que o Pais oferece e mesmo contribuindo para a resolução de inúmeras carências existentes, desde a do alojamento hoteleiro, da reabilitação urbana ou da construção de habitação para a população em geral.

No distrito do Porto, a resposta dos operadores imobiliários foi notoriamente consistente e esteve em linha com a dinâmica geral do país.

A crise pandémica veio alterar um pouco as regras do jogo. Com o negócio imobiliário a ser de ciclo longo, os promotores viram-se compelidos a protelar novos investimentos ao mesmo tendo que procuraram manter as frentes existentes, com um ritmo de desenvolvimento ajustado às circunstâncias.

No Porto, foi visível a adaptação do mercado imobiliário às novas realidades, conseguindo uma recuperação mais célere, através da inovação, saindo do paradigma de construir para a população em geral e estar atento a nichos que, entretanto, emergiram e que apontam para novas tendências na sociedade.

Rui Felgueiras, responsável de Vendas Imóveis Norte, da Direção de Crédito Especializado e Imobiliário, do Millennium bcp, disse ao Público Imobiliário que o distrito do Porto, no que concerne, pelo menos à comercialização de ativos do Banco, tem registado, mesmo com o efeito da pandemia, uma elevada procura no segmento habitacional e com um prazo médio de vendas muito curto. “Nos restantes segmentos a procura tem sido também muito interessante, como por exemplo, em terrenos e armazéns, mas com uma maior resistência na venda de lojas, segmento mais penalizado devido à paragem sentida pela diminuição do turismo”.

Para este ano, o responsável espera uma estabilidade da manutenção da procura em níveis mais fortes no mercado habitacional, bem como em terrenos para construção de edifícios e moradias, mercado este, que teve um grande aumento de procura e reflexo nas vendas da carteira do Banco em 2020. “Claramente que o mercado do distrito do Porto, ainda que tendo uma maturidade diferente na procura e preços médios, tem vindo a crescer no panorama do investimento nacional e internacional. Mas tem ainda capacidade de crescimento no mercado dos investidores estrangeiros, quer seja no mercado habitacional, quer seja no segmento não residencial, nomeadamente na logística e nos espaços comerciais”.

Rui Felgueiras salienta que o distrito tem tido uma elevada procura e valorização do valor de venda no mercado habitacional (vivendas, apartamentos e terrenos para construção), mas o Banco tem registado também uma procura em escritórios e armazéns, esperando que, “com o retorno do turismo possamos voltar, igualmente, a aumentar as vendas no segmento comercial”.

Adaptação ao mercado

O Banco tem sido particularmente ativo não só no mercado de escritórios e comercial, mas igualmente no residencial. “O Millennium bcp teve a oportunidade de aproveitar a grande dinâmica que o mercado imobiliário viveu após 2013 e corresponder aos pedidos e interesses dos clientes que nos procuravam. Reunimos com investidores internacionais, nacionais, promotores, intermediários e, um a um, os negócios foram sendo feitos. Como todos sabemos, a procura foi elevada, as transações aconteciam, a cidade foi-se remodelando em termos da sua estrutura e apresentação, não só ao nível da procura e da oferta habitacional, como também, ao nível do comércio e serviços”.

Hoje, esse tipo de ativos, talvez designados como ativos puros de investimento e localizados na cidade do Porto, esgotaram-se no ativo do Banco, mas ficaram outros mais modestos em dimensão e localizados em diferentes concelhos e freguesias do distrito.

“Não vemos este assunto de forma negativa, antes pelo contrário, atendendo e acompanhando as novas tendências do mercado, o Banco pode dizer que tem uma oferta para quem quer sair das cidades, grandes ou pequenas, e ocupar o seu espaço em concelhos limítrofes ou mesmo afastados, no campo ou zonas rurais”.

Ao longo de 2020, o Banco comprovou esta nova dinâmica, que se prevê manter por muito mais tempo. “São habitações novas e que permitam uma vida mais ao ar livre e mais moderada, são os espaços comerciais para a deslocalização dos negócios já existentes ou a iniciar, são os equipamentos de logística cada vez mais procurados pelo crescimento das vendas online. As origens das decisões e as finalidades das mesmas, no que se relaciona com as aquisições de imobiliário, são muitas. E o Banco está atento, os seus comerciais estão atentos, bem como os seus parceiros de negócio para acompanhar os clientes nas suas escolhas e decisões”.

O Millennium bcp recorda que o site do imobiliário do Banco poderá ser uma primeira forma de pesquisa, mas as sucursais serão o ponto de encontro para colocar investidores ou compradores em contato com os nossos comerciais, com quem conhecem efetivamente os imóveis que temos em venda. “E esses são variados, desde imóveis residenciais como moradias e apartamentos, como lojas, armazéns e terrenos para construção em altura e moradias unifamiliares”.