Com um sólido compromisso com “dinamismo e valores”, o grupo Nelson Quintas guarda o nome do seu fundador mantendo, em paralelo, a forte dinâmica e capacidade de adaptação que sempre o caracterizou. O crescimento que o grupo tem protagonizado e a diversificação nas várias áreas de negócio é fruto da postura visionária do atual presidente do grupo, Jorge Nelson Quintas.
Ao Público Imobiliário, Daniel Oliveira, gestor de projetos imobiliários do grupo, explicou que é no mercado do Grande Porto (onde residem vários milhões de habitantes e atuam milhares de pequenas e médias empresas) onde o grupo se sente mais “confortável”, em ativos distribuídos por Porto, Maia, Matosinhos, Vila Nova de Gaia e Póvoa Varzim.
Aliás, para este responsável, os investidores internacionais já veem o Grande Porto como zona de aposta segura e estratégica, como complemento a investimentos na capital, estando inclusivamente alguns fundos a iniciar investimento em Portugal precisamente na principal cidade nortenha. “Como exemplo, as grandes empresas tecnológicas, assim que descobrem as qualidades intrínsecas desta zona do país, não hesitam em criar filiais, pois usufruem de características com cidades seguras, com elevada qualidade de vida, reduzidos custos de dia-a-dia, facilidade de captação de talentos nas nossas universidades, ótimos acessos e mobilidade (Aeroporto Internacional Sá Carneiro) e uma dinâmica empresarial/cultural muito forte”.
Os constantes desafios
Para a atividade da promoção imobiliária, os últimos dois anos trouxeram vários impactos diretos, a nível de gestão de ativos de rendimento (escritórios, restauração, hotelaria) com a introdução das moratórias de rendas, e na gestão das obras que o grupo estava a desenvolver já com estaleiros montados nesse período. “Os impactos indiretos foram essencialmente no planeamento de novos investimentos e desenho dos mesmos face às novas necessidades e expectativas criadas pelo efeito pandemia, especificou Daniel Oliveira, revelando que, no essencial, o sector da construção deu uma resposta firme e responsável ao assegurar a continuidade de fluidez na economia nos períodos iniciais e mais incertos da pandemia. “No nosso caso concreto, estivemos alinhados com esta postura de resiliência tendo mantido todas os investimentos que estavam programados e também os que estavam já em curso, com os necessários ajustes”.
O grupo, que atua maioritariamente nos setores de serviços (escritórios, indústria) e lazer (hotelaria, golfe), tendo em perspetiva tem ainda investimentos pontuais em habitação de segmento alto. “Estamos atualmente a preparar vários projetos hoteleiros, tendo um deles o objetivo de se posicionar como uma referência na hotelaria de luxo na cidade do Porto, na praça Carlos Alberto, zona central e ímpar da Baixa do Porto”.
Em paralelo tem um projeto de habitação em Matosinhos, com uma componente residencial unifamiliar num segmento de condomínio fechado, ótimas acessibilidades (viárias e Metro) e vários hectares de espaços verdes de usufruto exclusivo, empreendimento esse que será alvo de Certificação Leed ND (Neighborhood Development) pelo USGBC, selo garantia de um projeto com verdadeiras preocupações ambientais e de integração no espaço circundante.
“Temos vários outros campos de atuação que estão ainda em fase embrionária e que a seu tempo serão revelados”.
Setores com valores de partilha em alta
Para Daniel Oliveira, as tendências consensuais para os próximos anos serão as novas áreas de setor com valores de partilha.
O especialista não tem dúvida que os novos segmentos fenómeno como ‘co-living’ e ‘co-working’ virão para ficar, “pois temos cada vez mais argumentos para captar os nómadas digitais de todo o mundo, sendo que as novas gerações de portugueses que saem agora para o mercado de trabalho também têm este tipo de mentalidade de usufruto de serviços, em oposição à tradicional aquisição ou arrendamento típico de espaços (quer comerciais quer habitacionais)”.
Também em fase crescente está o setor de logística, acelerado pela pandemia e negócio de plataformas on-line, que necessitam de cadeias de distribuição e colocação de stock na proximidade das grandes cidades e no serviço ‘last mile’. Já a habitação será, para Daniel Oliveira, sempre uma atividade interessante, estando atualmente no ciclo de procura e com reduzida oferta de produto novo e de qualidade. “Verificam-se tendências para compromissos de agregados familiares na compra ‘em planta’ fenómeno que já não se verificava há 20 anos, conjuntura de vários cenários como juros baixos, mercado de arrendamento com valores elevados e grande liquidez financeira”.
Não obstante seja expectável uma subida das taxas de juro do crédito à habitação, Daniel Oliveira acredita que haverá sempre uma procura de determinados setores da população por aquisição de habitação própria permanente o que fará escoar o produto que está atualmente a ser construído nas grandes cidades, que tendencialmente irão captar cada vez mais população.
Como outra opção, o engenheiro fala em projetos ‘Build-to-Rent’, para gestão profissional de frações de habitação para disponibilizar a famílias com maior taxa de esforço e maior dificuldade no acesso ao crédito bancário.
“Ainda neste setor tradicional de habitação, as moradias tiveram uma procura muito significativa, sendo premiados os ativos que tenham amplos espaços verdes e piscinas, perante os constrangimentos que os recentes isolamentos obrigatórios trouxeram”.