O número de transações de habitação voltou a subir entre junho e agosto, período em que terão sido transacionadas 34.500 casas em Portugal Continental, mais 3,3% que as 33.400 contabilizadas no 2º trimestre do ano.
De acordo com os números agora divulgados pela Confidencial Imobiliário, o período do verão confirmou, assim, a recuperação na procura de habitação que já se vinha sentindo desde a primavera. No início do ano, o mercado tinha registado uma quebra de -3,1% nas vendas, e o 2º trimestre trouxe uma subida em cadeia de 5,1%. De recordar que as projeções da Confidencial Imobiliário são elaboradas a partir das transações de habitação reportadas ao SIR-Sistema de Informação Residencial, as quais se baseiam nos Contratos-Promessa de Compra e Venda (CPCV) realizados com intervenção de empresas de mediação imobiliária.
A redução das taxas de juro a partir de junho e, no contexto nacional, a implementação das novas medidas políticas para a habitação, incluindo os benefícios dirigidos aos jovens com menos de 35 anos que entraram em vigor em agosto, terão estimulado a recuperação da procura observada nos últimos meses, e definitivamente confirmada no verão.
“Os primeiros meses do ano foram marcados por uma relativa instabilidade. Por um lado, apesar de não subirem, as taxas de juro tiveram um comportamento mais conservador do que o previsto e demoraram a descer. Por outro lado, ao nível doméstico, houve um aumento da incerteza não só fruto do quadro de eleições vivido como, mais tarde, sobre como e quando chegariam ao mercado as novas medidas políticas para o setor. Este contexto acabou por condicionar as decisões da procura, levando ao adiamento de investimentos e travando a recuperação da procura”, começa por explicar Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.
“Naturalmente que uma melhoria da conjuntura, com o início das descidas de juros e a entrada em vigor das medidas públicas dirigidas a este setor, especialmente as que mais afetam os jovens, tiveram efeitos positivos sobre a procura, o que é visível no aumento das vendas”, adianta ainda.
Já os preços de venda mantiveram a sua trajetória ascendente em agosto, apresentando um aumento de 7,7% face a agosto do ano passado e de 0,9% face ao mês anterior, conforme o Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário. Em qualquer dos horizontes, estas variações são superiores aos registos de julho - quando a valorização homóloga foi de 7,5% e a mensal de 0,1% - e sugerem que as subidas dos preços voltam a acelerar.
No período de junho a agosto, as casas em Portugal Continental foram vendidas por um preço médio de 2.456 euros por metro quadrado. A Área Metropolitana de Lisboa (AM Lisboa) é a região mais cara, com vendas a uma média de 2.937 euros por metro quadrado, seguida pelo Algarve, com um preço médio de 2.882 por metro quadrado.
Na Área Metropolitana do Porto (AM Porto), as vendas concretizaram-se por uma média de 2.372 por metro quadrado. As vendas aumentaram em todas as regiões no período em análise, com crescimentos de 3,2% na AM Lisboa (10.275 fogos) e no Algarve (2.500 fogos), e de 3,8% na AM Porto (5.800 fogos), relativamente à atividade registada no 2º trimestre.