MAP Engenharia: 10 anos a assumir compromissos

07/03/2023
MAP Engenharia: 10 anos a assumir compromissos
José Rui Meneses e Castro - Cofundador & Managing Partner, MAP Engenharia

A MAP Engenharia celebra 10 anos de atividade este ano. Olhando para esta década em retrospetiva, qual o balanço que fazem?

José Rui Meneses e Castro (JRMC): É com grande satisfação que estamos a celebrar o nosso 10º aniversário, numa fase em que nos consideramos uma empresa já bastante madura, consolidada no mercado e com muita “obra feita”!

Em retrospetiva, vivemos anos muito desafiantes, com contextos socioeconómicos muito diversificados (crise imobiliária, boom imobiliário, pandemia, guerra, inflação). No entanto, um dos grandes segredos da MAP tem sido o facto de sermos uma empresa ágil e com grande capacidade de adaptação a novas conjunturas. Esta postura, de vermos oportunidades, nos momentos difíceis, e de procurarmos sempre sermos muito competentes no que fazemos, permitiu que todos os anos tenham sido de crescimento. Atualmente, a MAP é uma empresa de referência na construção em Portugal.

Destacam alguns projetos de reabilitação urbana do vosso portfólio? Porquê?

JRMC: Dentro da atividade da MAP, a reabilitação urbana tem tido relevância e é uma área em que temos apostado, uma vez que efetivamente contribui para a requalificação das cidades. Temos reabilitado edifícios para todo o tipo de usos, dos quais podemos destacar os seguintes: O edifício de escritórios na 24 de julho que consistiu na reconversão de um antigo silo industrial para um sofisticado edifício de escritórios na frente do Rio Tejo com 10.000 m2; o hotel Mama Shelter, que consistiu na transformação de um edifício que se encontrava devoluto há décadas e hoje em dia é um dos espaços mais frequentados de Lisboa; e, no setor residencial destaco o edifício Contreiras Palace no Princípe Real, cuja reabilitação permitiu que um antigo edifício apalaçado, mas de difícil utilização, fosse reconvertido num condomínio residencial com a comodidade e eficiência energética adequadas aos tempos de hoje e ainda com estacionamento enterrado. Todos estes projetos foram muito exigentes a nível técnico, com processos construtivos muito complexos, mas com resultados incríveis! São efetivamente transformadores das cidades, o que nos orgulha muito.

E, na vossa análise, como evoluiu o mercado da reabilitação urbana nestes últimos 10 anos? O que mudou?

JRMC: A reabilitação urbana evoluiu muito nos últimos 10 anos. Assistimos à transição das remodelações ligeiras dos edifícios, muitas vezes simples “lavagem de cara”, para a reabilitação integral e devidamente planeada dos edifícios, tornando-os mais seguros, eficientes e com usos mais adequados.

Em que segmentos de mercado tem a MAP estado mais focada? E em que segmentos pretende focar-se/especializar-se mais nos próximos tempos?

JRMC: A MAP atua em todos em todos os segmentos do mercado imobiliário. Costumamos dizer que tudo o que seja projetado, nós construímos!

Decorrente do mercado, o setor residencial tem tido bastante preponderância na nossa atividade, cerca de 50% ,e nos últimos anos com projetos relevantes de construção nova. Adicionalmente, temos estado envolvidos na construção de edifícios de escritórios, turísticos, de educação como foi o caso da faculdade de medicina da universidade católica ou o Liceu Francês. E ainda a construção de espaços de logística que, no último ano, ganharam relevância.

De que forma tem a sustentabilidade vindo a ganhar importância na atividade da MAP?

JRMC: A sustentabilidade é crucial na nossa atividade e faz parte da nossa cultura. Não nos conformamos e temos sempre como objetivo garantir que todas as nossas ações contribuem para um desenvolvimento sustentável. Pretendemos que esta sustentabilidade se aplique em todos os quadrantes (Ambiental, Empresarial, Social e Económico). Somos uma empresa certificada em Qualidade e estamos em fase de conclusão do processo de certificação também em Segurança e Ambiente. São muito poucas as empresas de construção que possuem este sistema de certificação integrada, o que nos diferencia e, seguramente, contribuirá para que todas as nossas ações e também as que exigimos aos nossos parceiros sejam mais sustentáveis.

Que planos/projetos tem a MAP em carteira para este ano que agora arranca?

JRMC: Prevemos que o ano de 2023 seja mais um ano de crescimento da empresa. Temos uma carteira contratada na ordem dos 100 milhões de euros e ainda estamos ativos em muitos processos de negociação relevantes. Posso destacar alguns projetos de grande escala que estamos a realizar, como um empreendimento turístico residencial na Comporta, dois condomínios residenciais na Alta de Lisboa e um empreendimento na Quinta da Marinha em Cascais.

Este ano, é estratégico para a MAP aumentar a sua quota de mercado no setor hoteleiro, tendo no seu pipeline comercial diversos projetos no Alentejo e Algarve. E ainda o reforço da presença no Norte do País, através do investimento que tem sido feito na delegação norte da empresa, que está sedeada no Porto.

Na vossa opinião, quais são hoje os principais desafios da vossa atividade em particular e do setor imobiliário em geral?

JRMC: A atividade da construção e o setor imobiliário lidam com diversos desafios que acabam por ser comuns: a escassez de profissionais qualificados, fruto da pouca formação nos últimos anos e ainda da emigração que ocorreu principalmente nos anos da troika e que não retornaram; a inflação, que gera incerteza nos custos, aumentando substancialmente o risco do negócio; a subida das taxas de juros que poderá travar o investimento; e, ainda, o já muito falado tema dos prazos de licenciamento excessivos que oneram muito o desenvolvimento imobiliário, quer a nível de encargos financeiros, quer a nível comercial, uma vez que os projetos acabam por ser concluídos em conjunturas económicas totalmente distintas daquelas em que foram planeados, dado o tempo que decorreu.

E as principais oportunidades?

JRMC: A grande oportunidade é esta onda de atração por Portugal como destino de investimento! E temos duas hipóteses. Ou somos competentes e garantimos que efetivamente é atrativo investir em Portugal, porque existem parceiros credíveis e que garantem a implementação destes investimentos e existem também entidades públicas que são diligentes nas suas decisões, gerando um clima de confiança, de risco controlado e de crescimento económico global. Ou somos incompetentes e não temos capacidade de reter os investidores, provocando-lhes uma experiência penosa ao investirem em Portugal e, seguramente, perderemos a oportunidade de crescer económica e socialmente. A MAP está do lado da solução e atua para que todos os seus clientes saibam que têm um parceiro de confiança para a construção dos seus projetos. Para tal, continuamos a investir em formação, em desenvolvimento tecnológico e, principalmente, a assumir os nossos compromissos.