Metade das casas novas lançadas este ano foram vendidas em planta

13/09/2023
Metade das casas novas lançadas este ano foram vendidas em planta
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Metade das casas novas que chegaram ao mercado este ano já foram vendidas, ainda em planta, mostra a base de dados “Edifícios em Comercialização”, da Confidencial Imobiliário.

Esta base de dados monitoriza o mercado de promoção imobiliária institucional, que compreende os edifícios de maior dimensão, localizados nos mercados mais relevantes e cuja lógica de comercialização passa pelo envolvimento das agências de mediação imobiliária ou portais imobiliários mais relevantes no mercado. Não abrange projetos numa lógica nem de autopromoção nem um racional de venda em mercados que funcionam à escala local.

Este relatório da Confidencial Imobiliário mostra que no primeiro semestre deste ano foram colocados à venda cerca de 120 empreendimentos residenciais, num total de 4.700 novas casas, das quais 51% estão vendidas.

Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, considera que “este este resultado acaba por surpreender face ao quadro macroeconómico adverso, em que seria normal esperar uma forte travagem na dinâmica da procura. Contudo, uma taxa de absorção de 51%, que traduz a aquisição de metade da oferta lançada ainda em planta, é um desempenho muito positivo, que contraria a expetativa de um choque de procura”. 

O responsável recorda que esta performance está em linha com o sentimento reportado pelos promotores imobiliários no mais recente inquérito de confiança que a Confidencial Imobiliário realizou a este setor – o Portuguese Investment Property Survey – onde afirmavam que que “a menor das suas preocupações é a falta de procura”.

Desce o número de novos projetos lançados no mercado  

Segundo a Ci, apesar de o ritmo de vendas se manter elevado, mantém-se a descida no número de novos projetos e fogos lançados no mercado, face ao ano passado. 

Em 2022, esta base de dados contabilizou cerca de 185 novos empreendimentos residenciais lançados, num total de 8.200 fogos lançados, em média, por semestre – mais de 50% acima do que o que foi registado nos primeiros 6 meses deste ano. “Estamos numa situação de paradoxo”, diz Ricardo Guimarães, num contexto em que “mais de metade da oferta continua a estar tomada, mas em que se constrói bastante menos”.

Mais concretamente, “quem avança com os seus projetos regista boas taxas de absorção do produto. Contudo, há muitos promotores a cancelar ou adiar os seus investimentos, reagindo aos constrangimentos de conjuntura. Adicionalmente, alguns projetos estão a ser redirecionados para os segmentos mais altos, não tão afetados pela subida das taxas de juro, na medida em que têm menor necessidade de recorrer a crédito. Isso terá um efeito de agravamento no acesso à habitação”, avisa Ricardo Guimarães.