Oferta para segmento médio residencial na Amadora aumenta

23/09/2020
Oferta para segmento médio residencial na Amadora aumenta

A maior parte dos promotores que apostaram no mercado imobiliário nacional após a crise de 2010-2014, focaram-se no centro das cidades, nomeadamente em Lisboa. Uma opção justificada pelo baixo risco que estas zonas ofereciam, complementada pelos benefícios fiscais na altura oferecidos, como por exemplo o IVA a 6%. No entanto, e desde 2019, a realidade é que o centro das cidades já estava desenvolvido, com a sua consequente transformação, pelo que os promotores começaram a olhar para outras oportunidades, mais nas zonas limítrofes, nomeadamente no segmento médio residencial. “Há uma procura enorme de habitação para a classe média sem a correspondente oferta, porque ninguém apostou nela”, disse Ana Gomes, da Cushman & Wakefield.

Neste contexto, Amadora ganha particular relevância, nomeadamente pela sua localização e acessos à capital, uma importância materializada no facto de ter contabilizado a entrada em licenciamento de 27 novos projetos residenciais num total de 256 fogos entre janeiro e julho de 2020, de acordo com os dados do Pipeline Imobiliário.

Em Alto dos Moinhos, Casal Vila Chã, precisamente na Amadora, o Millennium bcp tem para venda um conjunto de terrenos de 111 hectares, com uma área bruta de construção máxima acima do solo de 255.675 m2. “O ativo Villafundo representa uma oportunidade de investimento num projeto residencial de grande escala, podendo significar a disponibilização máxima de mais de 1.500 fogos no mercado”, explica o Banco.

A instituição bancária avança que, segundo o atual PDM da Amadora, está prevista a construção de base de habitação com comércio ou serviços (terciário). Estes terrenos estão automatizados em 9 prédios com descrições prediais autónomas localizados na freguesia da Mina de Água, concelho da Amadora. Estão classificados no PDM pelas categorias de Espaços Verdes de Proteção e Enquadramento, Equipamento, Urbanos e Urbanizáveis.

Os terrenos beneficiam de uma localização bastante apelativa, onde a procura mostra ser superior à oferta e onde existem boas acessibilidades rodoviárias (IC16, A9/CREL, IC19 e CRIL), bem como ferroviárias através da linha Sintra/Azambuja. Em complemento, a zona onde se inserem tem um bom enquadramento urbano, onde predominam algumas construções recentes com boa apresentação, boa oferta de comércio e serviços de proximidade. A envolvente é assim caraterizada por prédios de habitação multifamiliar e moradias unifamiliares, com alguns núcleos habitacionais consolidados, como por exemplo a Urbanização Serra das Brancas e a Urbanização que se situa entre as Praças Pedro Alvares Cabral e José Niza.

Investimento apetecível

“Reunindo todos os argumentos existentes, podemos concluir que estes terrenos em destaque poderão significar um investimento apetecível, num projeto habitacional relevante que irá aumentar a oferta exigida numa das localizações mais procuradas do distrito de Lisboa. As atuais condições económicas e financeiras, causadas pela crise sanitária irão estar na base da procura por habitações a preços mais acessíveis, observáveis em áreas fora das grandes cidades mas limítrofes como é a Amadora”.

Ramiro Gomes, responsável Grandes Imóveis Sul, da Direção de Crédito Especializado e Imobiliário do Millennium bcp, enfatiza o facto de estarmos perante um terreno de grande dimensão que tem pela frente um desenvolvimento urbanístico desde a sua fase inicial, dotando o local das várias infraestruturas necessárias e promovendo depois a venda lote a lote a outros promotores de menor dimensão. “Neste contexto, o ativo poderá espoletar interesse junto de promotores de média ou grande dimensão, bem como de promotores que se dedicam apenas ao desenvolvimento urbanístico.

Considerando estarmos perante um preço por metro quadrado de construção bastante competitivo, face ao futuro potencial edificativo deste local, acreditamos ser um ativo que desperte o interesse de entidades privadas nacionais ou estrangeiras em aproveitar esta oportunidade de investimento”.

O Banco vai dar início à comercialização do ativo em vários meios de comunicação, sendo igualmente feita uma divulgação interna a toda a rede comercial do Banco, no sentido de ser apresentado à base de clientes, não deixando de fora alguns contatos mais direcionados com alguns investidores com os quais temos uma relação próxima. “Em paralelo, e no seguimento do convite feito à Cushman & Wakefield como parceiro para dinamização da mediação imobiliária, contamos com os resultados da sua estratégia comercial para abordagem ao mercado e ao segmento de clientes específico e adequado ao ativo em questão”.

Ótimo enquadramento paisagístico

Quanto ao ativo, Ramiro Gomes salienta, para além da extensa área e da potencialidade construtiva, o facto de os terrenos se desenvolverem sobre a encosta norte da cidade da Amadora, beneficiando de um ótimo enquadramento paisagístico, com vistas desafogadas, onde está idealizada a existência de muitos espaços verdes e de utilidade publica. “A urbanização a desenvolver ficará inserida numa zona com muito bons acessos rodoviários (IC16, A9CREL, IC17CRIL, IC19) e com proximidade à estação de comboios da Amadora, a qual liga com o eixo ferroviário da Azambuja e Rede Metropolitana de Lisboa”.

Ana Gomes, da Cushman & Wakefield destacou igualmente a excelente localização do ativo para o segmento médio residencial. “É uma localização já muito consolidada e com excelentes acessos ferroviários que, por sua vez, permite uma ligação praticamente direta às linhas de Cascais e do Sul. Isto, para além de alguma proximidade ao Metro”.

Para a especialista, o terreno irá com certeza suscitar o interesse de investidores internacionais e promotores, interessados na promoção residencial para o segmento médio.