A cidade do Porto está a liderar a dinâmica do investimento em nova promoção de habitação no país, concentrando 3.155 novos fogos com pedido de licenciamento entre janeiro e outubro deste ano.
Estes dados são apurados pela Confidencial Imobiliário, no âmbito do sistema de informação Pipeline Imobiliário, o qual incide sobre os pré-certificados energéticos emitidos pela ADENE.
Este número de fogos a entrar com pedido de licenciamento no Porto já supera em 23% (quase mais 600 fogos) o pipeline registado em todo o ano passado.
Neste período de janeiro a outubro, as câmaras municipais de Portugal Continental receberam pedidos de licenciamento para 18.130 novos projetos habitacionais. A sua concretização trará uma oferta de 53.790 fogos ao mercado. Este pipeline já supera em 1.900 fogos o total de habitações submetidas a licenciamento em 2023, quando foram apresentados pedidos para 51.900 fogos.
Os primeiros dez meses deste ano confirmam o crescimento contínuo do investimento em nova habitação registado nos últimos dois anos. Após a desaceleração provocada pela pandemia, a atividade voltou a crescer em 2022, com 43.800 fogos submetidos a licenciamento, um aumento de 17% face ao ano anterior.
Em 2023, o volume subiu para 51.900 habitações, representando um crescimento de 18%. Em 2024, até outubro, o número de fogos licenciados já supera o total do ano anterior, com um crescimento médio mensal de 24%. Durante este período, foram submetidos a licenciamento, em média, 5.380 novos fogos por mês, face aos 4.320 registados mensalmente em 2023.
A Invicta lidera, assim, os 11 concelhos com mais de 1.000 fogos em carteira neste período (outros dois concelhos têm pipelines de cerca de 900 fogos). Seguem-se Lisboa, com 2.250 unidades em pipeline, e Vila Nova de Gaia, com outros 2.210 fogos. Com mais de 1.000 habitações submetidas a licenciamento neste período contam-se Matosinhos, Vila do Conde, Braga, Barcelos e Vila Nova de Famalicão, a Norte; Leiria, no Centro; e Sintra e Loures, na Área Metropolitana de Lisboa. No patamar dos 900 fogos incluem-se Almada e a Maia.
Promotores reforçam aposta nos projetos de grande dimensão
Apesar de, em número de fogos, o pipeline até outubro já passar a totalidade de 2023, o número de projetos permanece aquém, o que evidencia o reforço da promoção de edifícios de maior dimensão. De facto, até outubro contabilizam-se 18.130 novos projetos de habitação com pedido de licenciamento no país, dos quais 35 têm mais de 100 apartamentos.
Em 2023, o pipeline nacional somou 20.385 novos projetos residenciais, entre os quais 21 com mais de 100 apartamentos. O peso deste tipo de projeto no total dos fogos projetados também aumentou. Em 2024, os 35 projetos em questão contribuem para 9% do total de fogos em carteira, uma fatia que corresponde a cerca de 4.800 apartamentos.
No ano transato, este segmento específico gerou cerca de 2.900 apartamentos, o equivalente a 6% do pipeline total. Os 35 edifícios de maior dimensão registados em 2024 distribuem-se entre 19 concelhos, liderados pelo Porto, com seis projetos. Lisboa, Almada, Gaia e Matosinhos acolhem três projetos cada. Portimão acolhe o maior dos projetos em pipeline, com 218 apartamentos.