As rendas dos novos contratos de arrendamento de habitação celebrados no terceiro trimestre em Lisboa mantiveram-se praticamente inalteradas face ao trimestre anterior, com uma variação de apenas 0,1%, mostra o Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário.
Esta performance mostra que não se confirma a aceleração verificada no segundo trimestre do ano, quando os valores das novas rendas subiram 3,3%, depois de dois trimestres de quebra e um de estagnação.
A Ci recorda que, desde o terceiro trimestre do ano passado, que as rendas em Lisboa registam uma tendência de arrefecimento, depois de um período de subidas muito significativas, que fizeram disparar os valores de arrendamento em quase 30% no espaço de um ano. Em virtude do comportamento destes últimos trimestres, as subidas homólogas travaram a fundo, atingindo 1,6% no 3º trimestre deste ano, menos 16 pontos percentuais do que a subida de 17,6% registada no 3º trimestre do ano passado.
No trimestre em causa, a renda média contratada em Lisboa foi de 19,4 euros/m².
Porto regista subida de 2,4%
Pelo contrário, no Porto as rendas dos novos contratos celebrados no terceiro trimestre deste ano subiram 2,4% face ao trimestre anterior, acelerando face aos indicadores dos três últimos trimestres, os quais registaram variações trimestrais entre 0,9% e -0,2%. Ainda assim, o crescimento homólogo continuou a abrandar, atingindo 3,5% no terceiro trimestre, um aumento que supera o de Lisboa, mas que fica 16,5 pontos percentuais abaixo dos 20,0% registados no terceiro trimestre do ano passado. Neste mercado, a renda média contratada foi de 15,9 euros/m², segundo o SIR-Arrendamento.
“Estes dois mercados de arrendamento seguem habitualmente um comportamento idêntico, mas marcado por algum desfasamento do Porto em relação a Lisboa. Neste contexto, vemos que esta reativação do crescimento das rendas no Porto acontece um trimestre mais tarde e, por isso, não é de descartar que o próximo trimestre siga a tendência de Lisboa, regressando a um registo de estabilização”, nota Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.
O responsável acrescenta: “com efeito, depois do ciclo de fortes crescimentos entre meados de 2022 e meados de 2023 – resultado da pressão inflacionista e instabilidade acrescida que afetou o setor do arrendamento e que levou a um aumento acumulado de 30% também no Porto -, as rendas contratadas na Invicta demoraram um pouco mais a arrefecer do que em Lisboa, dando os primeiros sinais de estabilização no 4º trimestre de 2023”, esclarece.