Os promotores e investidores imobiliários enfrentam hoje imensos desafios, admite Hugo Santos Ferreira, vice-presidente executivo da APPII - Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários. Na primeira edição da Conferência da Promoção Imobiliária – COPIP o responsável admite, no entanto, que toda esta envolvente cria os maiores estímulos à inovação e superação.
Falando em “mudanças vertiginosas”, Hugo Santos Ferreira diz ser necessário encontrar estratégias para maximizar o potencial das cidades. “Os espaços urbanos têm uma importância acrescida no que toca à competitividade dos países. A construção das cidades tem de passar por uma abordagem global integrada, desde a regeneração das próprias cidades, do edificado e a colocação de nova oferta de habitação, nomeadamente para a classe média”. Para o vice-presidente executivo, o mercado imobiliário transformou-se num motor da economia, com um peso de 15% do PIB nos últimos anos. ”É essencial criar condições para manter o ciclo de investimento, envolvendo os privados. Deve ser fortalecido em momentos de crise como o que vivemos”.
Hugo Santos Ferreira fala ainda no facto do setor estar a assistir à criação de medidas extraordinárias de superação que já vinham sendo reclamadas há muito tempo. “Se não queremos perder competitividade, é o momento de agir. Situações excecionais exigem medidas excecionais e rápidas, que sejam sentidas no seu dia-a-dia, que motive os investidores a continuar a investir”.
Outro tema abordado pelo executivo foi os custos de contexto, nomeadamente licenciamentos e sua imprevisibilidade, a forte carga fiscal de 30% do valor do imóvel e o IVA à taxa máxima inclusive na habitação. “Como podemos trabalhar com o Estado para reduzir estes custos?”, questiona Hugo Santos Ferreira.
De resto, para o vice-presidente, o Golden Visa continua a ser essencial para a atração de investimento em Portugal, angariando mais de cinco mil milhões de euros de investimento desde 2013.