Reabilitação urbana tem “peso muito relevante no volume de negócios da MAP”

03/11/2022
Reabilitação urbana tem “peso muito relevante no volume de negócios da MAP”

1- Qual a relevância da Reabilitação Urbana para a MAP?

Diogo Abecasis (DA): A reabilitação urbana continua a ter um peso muito relevante no volume de negócios da MAP, quer a Norte, quer a Sul do País. Mas, naturalmente, temos vindo a assistir a uma redução gradual face a anos anteriores, essencialmente devido à diversificação do investimento dos promotores imobiliários, nomeadamente para outras geografias fora dos grandes centros urbanos e também para outros sectores de atividade.

Podemos dizer que, atualmente, a percentagem do número de obras de reabilitação da MAP versus construção nova é de aproximadamente 50% - 50%. Considerando que os projetos de construção nova são em geral de maior envergadura, em termos de volume de negócios, estamos perante uma diferença mais significativa de aproximadamente 30% -70% a favor da construção nova. No entanto, a reabilitação mantém uma importância significativa na nossa carteira e exemplo disso são as 2 novas obras que vamos iniciar agora em novembro.

2- Referiu que os promotores imobiliários têm vindo a diversificar o investimento noutras áreas geográficas e sectores de atividade. Quais os fatores que podem estar a conduzir a esta mudança de estratégia?

DA: Creio que um dos fatores preponderantes que levaram os promotores imobiliários a fazer esta mudança estratégica de investimento esteve relacionado com o tempo excessivo de aprovação dos processos de licenciamento, principalmente na Câmara de Lisboa. Isto conduziu os Promotores a investirem noutras Autarquias vizinhas, como por exemplo, Loures, Almada, Barreiro, Oeiras, Cascais ou mesmo Grândola (Comporta), onde os processos de licenciamento são bem mais céleres, o que, também, acaba por ser bastante positivo numa ótica de descentralização e desenvolvimento global do País.

3- Quais os setores de atividade onde se verifica um maior número de obras?

DA: Atualmente, verifica-se uma aposta forte no sector residencial para a classe média, principalmente nos arredores de Lisboa e do Porto, no sector da logística, no sector turístico e no de escritórios que, apesar do abrandamento devido à pandemia, voltaram a ter bastante importância e investimento.

Outro sector também muito dinâmico é o da Educação, com uma aposta forte em colégios internacionais e novos polos universitários, bem como em residências de estudantes.

O mercado residencial de luxo, em zonas prime das cidades de Lisboa e Porto, continua também a ter projetos de reabilitação urbana ao contrário da maioria dos restantes.

4- Como está a ser o ano de 2022 para a MAP?

DA: Estamos a ter mais um ano muito positivo na MAP. Prevemos fechar 2022 com um volume de negócios superior aos 40 milhões de euros, consolidando assim a nossa posição no mercado da construção de edifícios, mantendo a nossa trajetória de crescimento contínuo e sustentado com um aumento aproximado de 15% referente ao ano anterior.

Atualmente contamos com uma carteira contratada de aproximadamente 80 milhões de euros, o que nos permite encarar o futuro com bastante segurança e otimismo, mas também com uma grande responsabilidade para continuarmos sempre a fazer mais e melhor em prol dos nossos Clientes, do ambiente, - com a nossa crescente preocupação pela sustentabilidade -e, sem nunca esquecer, da nossa fantástica equipa.

5- Do ponto de vista da MAP, a Reabilitação Urbana vai continuar a desempenhar um papel importante no setor da Construção?

DA: A Reabilitação Urbana continua a ter um papel muito importante no setor da construção e do imobiliário, e seguramente assim se manterá no futuro. Ainda existe muito trabalho por fazer e as cidades estão em constante mudança. Os espaços têm de se adaptar às novas tendências, às novas necessidades, às novas exigências ambientais e energéticas, e da sociedade em geral.

Os centros urbanos vão ter sempre um papel fundamental na dinâmica e vivência das cidades, mantendo assim um enorme interesse e procura por parte de quem nos visita, dos residentes, e naturalmente dos investidores e promotores imobiliários.