Revitalização da Almirante Reis promete impulsionar o comércio de rua

08/03/2023
Revitalização da Almirante Reis promete impulsionar o comércio de rua

Um dos eixos mais vivos e icónicos de Lisboa, a zona da avenida Almirante Reis tem ganho um novo fôlego e dinamismo especialmente no que diz respeito ao comércio de rua, nomeadamente com o aumento da procura turística na cidade. As zonas dos Anjos ou do Intendente são alguns exemplos destas áreas que ganharam uma nova vida nos últimos anos, depois de algumas intervenções da CML, e há mais novidades prometidas para os próximos anos que prometem manter a atratividade deste eixo.

A zona tem sido palco de novas aberturas de espaços de restauração, mercearias, mercados, hotéis ou outros equipamentos culturais e alternativos, além da ciclovia, que gerou todo um novo fluxo de pessoas nesta zona da cidade. Por exemplo, a histórica garagem Liz foi totalmente renovada e passou a acolher um supermercado Continente Bom Dia, e a abertura da primeira loja de saúde, bem-estar e beleza da marca Auchan no mês passado é outra das mais recentes novidades de renovação de oferta.

Segundo os planos, até 2025, deverá arrancar a intervenção de requalificação da avenida Almirante Reis, cujo processo de participação pública deverá decorrer durante este ano, para ajudar a elaborar a intervenção. Maior qualidade ambiental, espaços verdes, novas acessibilidades pedonais e mobilidade serão algumas das preocupações. E, entretanto, deverá ser concluída a renovação da praça do Martim Moniz. Terá novos espaços verdes, pedonais, novo sistema viário e de transportes públicos, novas atividades e equipamentos.

Comércio de rua domina as novas aberturas de lojas

2022 foi ano de recuperação para o mercado do retalho, especialmente alavancado pela dinâmica do turismo, que é especialmente evidente no comércio de rua, onde continuam a chegar novas marcas, principalmente a Lisboa. 64% das novas lojas que abriram ao longo do ano passado dizem respeito a comércio de rua, com a área inaugurada a crescer face ao ano anterior. O setor da restauração foi o mais representativo, concentrando 44% dos novos arrendamentos de lojas, seguida por outros setores como as lojas de mobiliário e bricolage, que mais do que duplicaram o número de aberturas face ao ano anterior.

Ao longo do ano, o retalho continuou a recuperar depois do período da pandemia, graças à retoma dos planos de expansão dos retalhistas, nacionais e internacionais, e assumiu-se como uma das classes de ativos mais resilientes. Vários continuam a expandir a sua atividade e a abrir as suas primeiras lojas em Portugal, nomeadamente marcas de produtos de preço económico, artigos para o lar, saúde ou alimentação, e as insígnias de moda mostram intenções de expandir. O setor ficou marcado pelas alterações nos hábitos de consumo, mas provou a importância e manutenção das lojas físicas, principalmente enquanto local para a experiência, podendo funcionar cada vez mais como um showroom e um espaço de ligação aos clientes.

No entanto, segundo os especialistas do mercado, estes retalhistas e investidores encontram ainda poucas alternativas de investimento com a qualidade pretendida. O desequilíbrio entre a oferta e a procura leva a um aumento das rendas, que preveem que se mantenha em 2023.