Segmento habitacional mantém trajetória de crescimento sustentado

14/07/2021
Segmento habitacional mantém trajetória de crescimento sustentado

Na sua mais recente Conjuntura da Construção, a AICCOPN e a AECOPS destacam que o segmento habitacional “mantém trajetória de crescimento sustentado”, apesar de “um abrandamento do ritmo”.

Segundo a informação recolhida por estas entidades, no primeiro trimestre deste ano o Índice de Preços da Habitação registou uma subida homóloga de 5,2%, um abrandamento do ritmo de crescimento deste índice, que registou uma variação de 8,4% em 2020.

Também segundo o INE, neste período foram transacionados 43.757 alojamentos, num montante global de 6.927 milhões de euros, um aumento de 0,5% em número e de 2,5% em valor, face a igual período de 2020.

Já no que toca aos licenciamentos, depois das variações negativas registadas nos primeiros dois meses do ano, registaram-se aumentos significativos em março e abril, que se devem “à quebra no licenciamento ocorrida nos meses homólogos de 2020 em consequência dos impactos iniciais da pandemia e das respetivas medidas de confinamento”, destaca o relatório.

Assim, até ao final de abril registou-se um crescimento de 17,3% em termos homólogos, de 17,3% do total de licenças emitidas, de 18,1% das licenças para construções novas, de 15,1% das licenças para reabilitação e de 19,1% nos fogos licenciados em construções novas.

Por outro lado, o stock de crédito à habitação concedido subiu 3,4% até maio, enquanto o stock de crédito concedido às empresas do setor da construção registou uma descida de 2,5%.

Até ao final de maio 2021, o valor promovido de concursos de obras públicas totalizou cerca de 1.713 milhões de euros o que corresponde a uma quebra de 22,7% face aos 2.215 milhões promovidos em igual período do ano anterior. No entanto, relativamente às empreitadas de obras públicas objeto de celebração de contrato e registo no Portal Base nos primeiros 5 meses de 2021, verifica-se que estas atingiram um volume de 1.554 milhões de euros, o que traduz um aumento de 74,7% em termos de variação homóloga temporalmente comparável.

Ainda segundo o mesmo relatório, o consumo de cimento no mercado nacional, até ao final de maio apresenta um aumento de 10,5%, em termos homólogos, para cerca de 1,58 milhões de toneladas.

Preços da habitação sobem 5,2% no 1º trimestre

Entretanto, os números do Eurostat mostram novos máximos tanto na União Europeia como na Zona Euro no primeiro trimestre do ano. Entre janeiro e março de 2021, os preços das casas subiram 5,2% em Portugal, face a igual trimestre de 2020, mostram os números do Eurostat. Face ao trimestre anterior, a subida foi de 1,6%.

Acelera a subida dos preços da habitação na Europa. Neste período, os preços da habitação subiram 5,8% na zona euro, a maior subida homóloga registada desde o quarto trimestre de 2006, e 6,1% na União Europeia, a maior subida desde o terceiro trimestre de 2007. As variações foram de 1,3% e de 1,7% face ao trimestre anterior, respetivamente.

As maiores subidas homólogas dos preços foram registadas no Luxemburgo (17,0%), Dinamarca (15,3%), Lituânia (12,0%), República Checa (11,9%) e Países Baixos (11,3%). O Chipre foi a única exceção, com uma descida de -5,8%.

Face ao trimestre anterior, os maiores aumentos foram registados na Estónia (6,6%), Dinamarca (5,8%) e Lituânia (5,0%), enquanto os decréscimos só foram observados em Chipre (-5,8%), Malta (-1,6%) e Eslováquia (-1,2%).

Rendas descem em Lisboa e Porto no 1º trimestre

Já as rendas de habitação registaram descidas homólogas de -9,2% em Lisboa e de -6,7% no Porto neste trimestre. Lisboa e Porto registaram descidas homólogas do valor mediano das rendas de habitação no primeiro trimestre de 2021, de -9,2% e -6,7%, respetivamente.

Segundo os números agora divulgados pelo INE nas Estatísticas de Rendas da Habitação, o valor mediano dos 19.472 novos contratos de arrendamento registados (-6,5% em número) atingiu os 5,80 euros por metro quadrado, mais 5,5% que em igual trimestre de 2020.

A variação homóloga das rendas foi heterogénea nas várias regiões do país. em 10 dos 24 municípios com mais de 100.000 habitantes, o valor mediano das rendas dos novos contratos desceu. Nas Áreas Metropolitanas, com os valores mais elevados e, simultaneamente, com descida dos valores, destacam-se, além de Lisboa e Porto, Oeiras (-6,2%), Odivelas (-3,1%) e Almada (-1,1%). No entanto, as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto registaram subidas no valor das rendas, que se fixaram nos 6,15 euros e 8,52 euros por metro quadrado, respetivamente.

Deste conjunto de municípios com mais de 100.000 habitantes, apenas em quatro se registaram variações homólogas positivas, nomeadamente Gondomar (+12,0%), Guimarães (+9,8%), Loures (+7,6%) e Santa Maria da Feira (+8,3%).

O número de novos contratos aumentou em Barcelos (+13,4%), Vila Nova de Famalicão (+8,3%), Almada (+4,5%), Porto (+3,4%), Lisboa (+3,1%) e Braga (+2,0%).