Turismo residencial valorizou 21% em ano recorde de transações

19/04/2023
Turismo residencial valorizou 21% em ano recorde de transações
Imóvel Millennium bcp, referência 58548

2022 foi um ano excecional para o turismo residencial e a segunda habitação em Portugal. Os preços de venda deste tipo de habitação registaram uma subida inédita de 21%, mostram os números mais recentes da Confidencial Imobiliário.

Esta valorização reflete essencialmente o comportamento do segundo semestre do ano, quando os preços dispararam 18,9% face ao semestre anterior. Na primeira metade do ano, a variação em cadeia tinha sido marginal, de 1,5%.

Em paralelo, registou-se um recorde de transações de turismo residencial, com mais de 400 unidades transacionadas no país.

De acordo com a Ci, este mercado tem-se mostrado muito reativo a alterações conjunturais, ajustando os preços em resposta a situações de maior incerteza e que possam afetar mais a procura. Isso foi verdade durante o Brexit, por exemplo, e voltou a sê-lo nos últimos dois anos. A reatividade do mercado da habitação em resort ficou comprovada depois de um período de restrições de mobilidade devido à pandemia, quando os preços subiram de forma mais contida, passando pelo levantamento total das restrições, que fez disparar os preços no 2º semestre de 2021.

Para 2023, os operadores de resorts mantêm as suas expetativas positivas, apesar de mais contidas, depois de um ano excecional de vendas e valorização. Acreditam que a falta de oferta no mercado vai continuar a sustentar a subida dos preços, que pode rondar os 4%.

“Portugal continua a ser um grande destino de golfe”

Um dos grandes atrativos deste mercado, que dinamiza muita da procura, continua a ser o golfe. Pedro Fontaínhas, diretor Executivo da Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts, conta ao Público Imobiliário que o setor do turismo residencial e resorts “compete ao mais alto nível em termos mundiais”, e “Portugal continua a ser um grande destino de golfe, inclusive já foi várias vezes eleito o melhor destino de golfe do mundo”. Assegura que “o setor está bem e recomenda-se, estamos confiantes quanto ao futuro desta indústria e deste desporto em Portugal”, já que “as várias associações, incluindo o próprio CNIG, a Federação Portuguesa de Golfe, todas as entidades envolvidas estão a trabalhar bem no sentido de manter a excelência de um produto que nos distingue”.

Da parte da oferta residencial e turística, e para responder a esta procura, nota que “os empreendimentos continuam a integrar esta oferta, faz parte de uma oferta qualificada”, exemplificando que “nenhum resort está longe de um campo de golfe, mesmo que não seja um campo próprio”.

Zona de Setúbal tem “futuro muito promissor”

Exemplo de uma das zonas com mais potencial no país na área do turismo residencial e segunda habitação é a região de Setúbal. Próxima de Lisboa, de algumas das melhores praias do país e de campos de golfe, com oferta qualificada, a evolução desta zona mereceu destaque nos últimos anos para Pedro Fontaínhas, que nota que esta “é uma região fantástica com um futuro muito promissor”. Uma zona que “tem estado a desenvolver-se bem, é hoje um polo agradável e bem estruturado”. E destaca também que a região “tem imensa procura e oferta alargada, e é muito atrativa para um conceito bem alargado de nómadas digitais, incluindo um tipo de cliente que acaba por se instalar de forma mais permanente”.