XII Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa recebeu mais de 2.600 pessoas no Beato

05/03/2025
XII Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa recebeu mais de 2.600 pessoas no Beato
Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa

De 25 a 27 de fevereiro, o Beato Innovation District, em Lisboa, recebeu pela primeira vez a Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, um evento organizado pela revista Vida Imobiliária, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A XII edição foi a mais participada de sempre, contabilizando mais de 18.000 registos realizados pelos mais de 2.600 participantes que marcaram presença, superando as expetativas da organização.

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Ao longo dos três dias, estiveram reunidos no edifício da Fábrica do Pão mais de 60 entidades e parceiros, combinando as componentes de exposição e mostra de empresas e tecnologias com um ciclo de 24 conferências, debates, workshops e seminários jurídicos, que trouxeram a palco mais de 100 oradores.

A Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa ficou marcada por debates de grande relevância para o setor, com destaque para o primeiro balanço à execução do plano "Construir Portugal" e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem como para o primeiro grande debate público dedicado às alterações ao RJIGT. A transformação do setor da construção esteve em foco, analisando-se a crescente industrialização e a rapidez na resposta às necessidades de habitação, além do impacto da inteligência artificial (IA) na construção e no imobiliário. A sustentabilidade, tema incontornável, dominou a agenda, com ênfase nos desafios da eletrificação e da descarbonização dos edifícios e das cidades.

O evento deu palco ao debate sobre o novo Plano Diretor Municipal (PDM) de Lisboa e as perspetivas económicas e decisões de investimento num contexto internacional desafiante. A regulação do alojamento local na capital foi amplamente discutida, com operadores a partilharem visões sobre o futuro do setor. Além disso, a Semana da Reabilitação Urbana destacou o talento nacional, dando voz a uma nova geração de arquitetos que está a redefinir a qualidade da arquitetura e do ambiente construído, com o Prémio Jovens Arquitectos (PJA).

Patrícia Gonçalves Costa, secretária de Estado da Habitação
Patrícia Gonçalves Costa, secretária de Estado da Habitação

Falando na sessão de abertura da SRU, a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, começou por enaltecer a importância do evento “para se falar de cidade, sendo fundamental ter este momento de partilha de conhecimento para qualquer tomada de decisão. Foi nesta estratégia de diálogo que o Construir Portugal foi desenhado, com o objetivo de consolidar uma política pública de habitação”. “O problema da habitação é complexo. Muitas políticas têm de convergir na resposta de uma política pública de habitação. Todas as propostas do Construir Portugal convergem neste fim, principalmente o reforço da oferta”. E apelou que “todos, em conjunto, temos de conseguir implementar uma política pública sustentável”.

Na sua intervenção na abertura do evento, Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, referiu que “temos um problema que não pode ter uma solução única, e foi nesse sentido que procurámos olhar para a cidade: criar mais oferta, não só através de nova construção, que demora vários anos. Quisemos também recuperar casas municipais fechadas e, atualmente, entregamos cerca de 30 chaves a cada 15 dias. Nos últimos três anos, foram 2.434 chaves – esse é o número de famílias a quem mudámos a vida. E, na sua maioria, não foi construção nova, mas sim reabilitação urbana: 1.800 fogos que estavam fechados e que recuperámos”, completando que “apesar de todas as dificuldades, conseguimos provar que fazemos, contem connosco”.

Manuel Reis Campos, presidente da CPCI
Manuel Reis Campos, presidente da CPCI

Também Manuel Reis Campos, Presidente da CPCI, salientou que “temos um compromisso de [criar] 59.000 casas até 2030. Este objetivo é uma oportunidade decisiva para aumentar a oferta pública, atendendo às necessidades das populações mais vulneráveis, fortalecendo o papel social do Estado”, enfatizou. “Precisamos de construção industrializada 4.0, que assenta na digitalização e automação, para aumentar a qualidade e sustentabilidade. Esta abordagem, combinada com outras soluções digitais, tem revolucionado a reabilitação urbana, tornando-a mais eficiente e alinhada com as exigências atuais, juntamente com materiais inovadores”.

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