A Cátedra em Edificação Saudável é patrocinada pela VICTORIA Seguros e insere-se num programa de parceria amplo e tripartido com a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) e a Nova Medical School (NMS), visando a materialização do conhecimento médico e biomédico, aplicado ao Edificado por via da ação interdisciplinar, no intuito de criar sinergias que promovam a sustentabilidade na vertente humana e de saúde dos seus ocupantes e utilizadores. Mais concretamente, a parceria VICTORIA Seguros – APPII – NMS, ganha forma no âmbito da iniciativa heals: healthy living systems, cujo objetivo é o da materialização e acesso a espaços públicos e privados que suportem a qualidade de vida e promovam a saúde dos seus ocupantes. Pela sua vez, a Cátedra funciona como agregadora dum conjunto de Living Labs (centros de inteligência colaborativa para intercâmbio científico, partilha de conhecimento, diálogo e trabalho em rede) inovadores, entre os quais cabe distinguir, pelo seu elevado impacto e relevância, o da Saúde e Imobiliário.
Apoiada no histórico de inovação da VICTORIA Seguros, a parceria tem como ponto de partida a unidade de medicina exponencial (aproveitamento do potencial da convergência tecnológica para cuidar da saúde) no intuito de delinear e promover projetos de saúde interdisciplinares, moldando práticas e ferramentas sustentáveis para o desenvolvimento acelerado de intervenções inovadoras em saúde. Nesse âmbito de atuação – a relação entre o Edificado e os modelos de resposta conducentes à promoção da Saúde nos mesmos e nas suas envolventes – a Cátedra acolheu, no passado dia 04 de abril, um interessantíssimo debate multidisciplinar, protagonizado pelos representantes do seu círculo estratégico. Representantes, já agora, com diversas proveniências, habilitações e áreas de especialidade, desde a vertente académica e científica, até ao mundo da gestão pública e privada.
Assim, foi possível refletir sobre 1) temas de preocupação recorrente – mas nem sempre devidamente considerados – como a origem, circulação e qualidade do ar interior dos imóveis destinados ao acolhimento de pessoas; a procedência, qualificação e sustentabilidade dos materiais utilizados para a sua construção; a acessibilidade efetiva (para tod@s) como elemento central da sua conceção, na fase de projeto; o papel condicionante do edificado, quer em termos de prevenção (quando a pessoa se encontra sã), quer em termos de cura (quando se encontra doente)… 2) outros tópicos menos evidentes, mas que ganham uma importância crescente nos dias de hoje, como o efeito da luz solar, os espaços verdes e as divisões ou instalações dedicadas à vida comunitária inclusiva, na saúde mental dos utentes do edifício; as pessoas como elemento central do desenvolvimento arquitetónico e construtivo; a incorporação dos princípios básicos da transformação digital, as novas tendências de comunicação, a premiação (gamification) e as novas tecnologias (ou ferramentas tecnológicas), nas distintas áreas transversais à Saúde; as ferramentas de geolocalização no interior dos imóveis; os impactos dos universos virtuais – materializados nos espaços físicos interiores dos edifícios – na saúde dos cidadãos... e 3) assuntos colaterais como a inclusão do urbanismo, a prática de desporto, a promoção do bem-estar, a formação dos profissionais e o incremento da habitabilidade no contexto de pessoas que vivem mais anos e têm uma vida mais ativa, na discussão sobre a Edificação Saudável.
Em suma, evidenciou-se que o binómio Saúde-Imobiliário reveste-se, cada vez mais, duma importância acrescida sobre a que convém pensar com detenção, particularmente, por parte dos atores que lhe são mais próximos (promotores imobiliários, académicos e cientistas, legisladores, gestores públicos e privados, financiadores, seguradores…). A sustentabilidade humana, na ótica da saúde individual e coletiva, encontra-se, não há qualquer dúvida, intimamente ligada ao edificado. Continuemos a trabalhar para que, independentemente da nossa posição, ela esteja cada vez mais presente na nossa ação quotidiana.