Assim, associamo-nos, naturalmente, à iniciativa do Governo Português, que através do IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional, criou de imediato, uma plataforma designada “Portugal for Ukraine”, que visa apoiar os cidadãos da Ucrânia que pretendem, por razões de conflito armado e humanitárias, residir em Portugal, através da qual as empresas podem manifestar as suas ofertas de emprego de modo a poderem recrutar os cidadãos ucranianos.
As empresas do Setor da Construção e do Imobiliário estão dispostas a receber e a contratar estes cidadãos, pelo que, manifestamos, desde logo, a total disponibilidade da AICCOPN para divulgar esta plataforma e colaborar com o IEFP no sentido de garantir o “melhor match possível” entre as qualificações e perfis dos Ucranianos que vão chegando a Portugal e as necessidades das empresas.
A falta de mão de obra qualificada é apontada pelo Setor como um dos principais constrangimentos ao exercício da atividade, razão pela qual, e a par da solidariedade intrínseca que caracteriza os Portugueses, haverá, certamente, uma adesão considerável a esta iniciativa.
Estima-se que há uma carência de cerca de 80 mil trabalhadores para dar resposta às necessidades atuais do Setor da Construção, o que significa que existe uma ampla capacidade para criar oportunidades de emprego a uma população, que se viu obrigada, de um dia para o outro, a abandonar o seu País e a ter que reconstruir e reorganizar toda uma vida.
Esperamos, pois, que os cidadãos Ucranianos possam ser integrados da melhor forma na sociedade Portuguesa e que as empresas nacionais possam beneficiar dos conhecimentos, experiência e sinergias destes profissionais.
Existe uma grande vontade de apoiar a integração destes imigrantes, ainda que não disponham desta ou daquelas competências específicas, pois a fileira da construção e do imobiliário é reconhecidamente aceite pelo seu carácter inclusivo e pela sua capacidade de absorver e qualificar profissionais, no âmbito da qual poderá recorrer-se aos centros de formação de excelência do Setor, como o CICCOPN e o CENFIC.
Uma outra vertente de atuação importante neste domínio prende-se com a criação de mecanismos simplificados de autorização de entrada e permanência em Portugal destes cidadãos que, neste caso, já se encontram implementados, mas que também deverão ser replicados para imigrantes de outras nacionalidades.
No contexto atual em que vivemos, a promoção da mobilidade transnacional de trabalhadores é um fator de inclusão social e económica, essencial para o desenvolvimento dos países e das empresas e, que, como já por diversas vezes defendemos, poderá contribuir, para ultrapassar o grave problema da escassez de mão de obra, que no caso Português, é estrutural.