A falta de mão de obra qualificada tem vindo a causar um impacto significativo na construção, sendo transversal a todo o setor. Verificamos cada vez mais, atrasos nas obras, aumento dos custos, redução significativa da qualidade do trabalho e consequentemente diminuição da produtividade. Sendo esta uma realidade que veio para ficar, urge o desenvolvimento e criação de medidas para minimizar o impacto desta grave carência no mercado.
É nesta fase que todos os agentes envolvidos deverão dar o seu importante contributo, começando pelos promotores e projetistas com a preconização de projetos que permitam uma industrialização, sistematizando, uniformizando e compatibilizando-os de forma a chegar à fase de construção com projetos de execução detalhados e volumetricamente coordenados com todas as especialidades.
É também aqui que os modelos BIM terão uma palavra a dizer, contudo, tardam a ser definitivamente adotados na sua plenitude, e dar um verdadeiro boost em todas as áreas e especialidades.
Só desta forma as construtoras serão capazes de preparar, organizar e planear corretamente as várias subempreitadas, e sobretudo introduzir o conceito de soluções de industrialização, modelos de pré-fabricação e novos métodos construtivos, reduzindo a carga de mão de obra em obra, aumentando significativamente os padrões de qualidade e produtividade, e consequentemente baixando os custos de construção, tão importante numa era que tanto se fala de construção sustentável e com custos controlados para chegar a todos.
É fulcral o papel das construtoras neste processo, mas para que esta mudança seja uma realidade, é importante mentalizar e sensibilizar os promotores para esta necessidade e os projetistas avançarem num sentido mais pragmático de pensar na funcionalidade e simplicidade do espaço para os fins a que se destina.
Por outro lado, é essencial recuar na legislação e reaprender o que nos ensinou o decreto lei 59/99 (regime jurídico das empreitadas de obras públicas) em que o know-how das empresas era verdadeiramente posto em prática, todos eram parte da solução e tinham uma palavra a acrescentar, as intervenções entre projetistas e construtoras eram de salutar e estes contributos aportavam efetivamente conhecimento, competência e experiência, com vista ao desenvolvimento da melhor solução.
Numa altura em que enfrentamos a necessidade de construir edifícios residenciais em larga escala, vale a pena pensar nisto!