Com efeito, entre 2019 e 2023, o PIB cresceu 5,9%, enquanto o Investimento em construção e o VAB do setor registaram variações de 9,3% e 8,3%, respetivamente, período no qual o nível de emprego assegurado pelas empresas da fileira aumentou 12,9%.
No entanto, estima-se que este crescimento seja impulsionado pela concretização atempada dos investimentos previstos no PRR, programa que apresentava, no final do mês de fevereiro, uma taxa de execução financeira de apenas 17%, e que vai exigir um esforço significativo por parte das empresas de construção e do imobiliário, com o recurso a novos processos produtivos, designadamente na construção off-site ou modular, em tecnologias avançadas, em novos materiais, e na capacitação dos seus recursos humanos.
Com efeito, as empresas do setor estão perante uma “revolução tecnológica” decorrente da adoção de processos inovadores e pelas exigências associadas à necessária transição climática. Esta “revolução”, designada por Construção 4.0, representa uma mudança significativa na forma como os projetos são concebidos, planeados e executados e constitui uma abordagem inovadora, baseada numa economia circular, que promove a eficiência energética, o uso de materiais sustentáveis e a redução de resíduos, contribuindo, deste modo, positivamente para o combate às alterações climáticas. Com efeito, a evolução em curso possibilita, também, um conjunto de benefícios para as empresas de construção e do imobiliário, tais como a redução de custos de produção, o aumento da produtividade, a melhoria da qualidade dos projetos e a redução do tempo de execução das obras.
Neste âmbito, importa salientar que, a capacitação dos recursos humanos é um dos pilares fundamentais para se alcançar estes objetivos e garantir a competitividade empresarial. Contudo, a falta de mão de obra qualificada é um dos principais problemas com que as empresas lidam diariamente e que impactam a sua capacidade produtiva.
Efetivamente, está identificada, no setor, a necessidade de 80 mil trabalhadores, sendo a falta de mão de obra qualificada apontada por cerca de 75% das empresas como o principal constrangimento à atividade privada. Este cenário exige medidas concretas que passam, desde logo, pela aposta na formação profissional, tirando partido dos centros de excelência do setor, nos quais a AICCOPN é parceira, o CICCOPN e o CENFIC e dando uma resposta efetiva às necessidades do mercado de trabalho.
Atentos a esta realidade, e com o objetivo de descentralização e aproximação ao tecido empresarial e à população, foi, na passada semana, celebrado um protocolo entre o CICCOPN e a Câmara Municipal de Carregal do Sal, para a criação de um novo polo de formação profissional, que se virá a juntar, neste desígnio, ao polo deste centro, já em funcionamento, desde o passado mês de fevereiro, em Amarante. Estas são iniciativas que potenciam e fortalecem as empresas e a qualificação profissional dos trabalhadores e, assim, garantem a rota da transformação, modernização e sustentabilidade das empresas do setor da construção e do imobiliário.