Esta área investiga como os ambientes construídos afetam a saúde física, emocional e social dos indivíduos. No setor imobiliário, a aplicação dos princípios da neuroarquitetura resulta em transformações tangíveis, melhorando tanto a experiência dos ocupantes como o valor económico dos ativos.
Com a crescente procura por espaços saudáveis e produtivos, especialmente após a pandemia COVID-19, a neuroarquitetura propõe uma abordagem inovadora e cientificamente fundamentada para o design de edifícios. Estudos em neurociência demonstram que o desenho dos espaços influencia o nosso cérebro, afetando a regulação emocional, a produtividade e a criatividade. Tecnologias como biossensores que monitorizam a frequência cardíaca e os níveis de cortisol, eye-tracking, face reader, EEG e FMRI proporcionam dados detalhados sobre a atividade cerebral e os estados emocionais.
Pesquisas indicam que um design adequado pode aumentar a produtividade em até 15%, reduzir o absentismo em 25% e melhorar a retenção de talento em 12% (Human Spaces Report). Elementos como a luz natural, uma ventilação adequada e a introdução de design biofílico são essenciais para promover ambientes mais saudáveis, resultando numa redução do stress de até 37%. Estes fatores têm um impacto significativo na saúde mental e física, promovendo também interações sociais mais colaborativas e inclusivas.
A componente social ("S") dos relatórios ESG enfrenta desafios na medição devido à falta de rigor e padronização na recolha de dados, mas agora pode ser quantificada de forma objetiva com a ajuda de ferramentas tecnológicas. As empresas que adotam práticas sustentáveis e sociais relatam um aumento significativo no retorno sobre o investimento (ROI), com edifícios certificados (ex. WELL e Fitwell) a atingirem prémios de 10% nas rendas em comparação com o mercado convencional.
Com o auxílio de biossensores e inteligência artificial, as medições contínuas do impacto dos ambientes construídos na saúde e bem-estar dos ocupantes tornam-se uma realidade. Estes dados permitem às empresas imobiliárias não apenas melhorar a performance dos seus edifícios, mas também liderar uma mudança na criação de espaços que maximizam a produtividade, melhoram o bem-estar e aumentam o valor económico dos seus ativos. A Neuroarquitetura oferece, assim, uma vantagem competitiva, criando ambientes sustentáveis que proporcionam benefícios económicos, sociais e ambientais duradouros.