Com os avanços tecnológicos e através da transparência proporcionada pela internet e redes sociais, como consumidores podemos ser mais exigentes e de uma forma global, conseguimos chegar a todo o mundo. Procuramos os produtos que queremos, estudamos e analisamos as empresas que os produzem e escolhemos aquelas que melhor nos percebem e nos ajudam a ter o que está mais alinhado com os nossos princípios e exigências. Hoje valorizamos aspetos que antes não influenciavam a forma como consumíamos, como a sustentabilidade, a ética e a responsabilidade social. Esta tendência vai manter-se e é provável que sejamos mais leais a marcas que utilizam materiais, métodos de produção e embalagens mais sustentáveis e responsáveis, mesmo que signifique pagar um preço mais alto. As marcas percebem este movimento e tem havido um esforço evidente de muitas para atingir metas e objetivos “ESG” (Environmental, Social e Governance) levando o consumidor a aproximar-se, criando uma ligação com a marca. Sendo mais conscientes dos nossos direitos (e deveres), como consumidores temos a capacidade de influenciar as empresas através de recomendações, reclamações ou avaliações nas redes sociais que vão depender da nossa experiência - outra palavra-chave no presente e no futuro.
Entre 2019 e 2023 a taxa de penetração do comércio online em Portugal aumentou de 5,2% para 9,8%, mas sabemos que o comércio físico continua a ser atrativo para muitos de nós, apenas de uma forma diferente. Os retalhistas estão, não só a investir em tecnologia e nas suas plataformas de distribuição, mas também a redesenhar os seus espaços físicos, tornando-os locais de experiências únicas e até de eventos para a comunidade. As lojas passaram a ser o lugar onde testamos produtos, vemos, tocamos, cheiramos, interagimos com os valores da marca, e não necessariamente apenas o local onde vamos para fazer compras. Não é uma moda. É um novo paradigma. Uma tendência - aparentemente -irreversível.
O retalho passou a ser “omnicanal”, um “mix” de on-line e físico (phygital), sendo possível integrar e oferecer a mesma experiência em todos os canais de vendas, dando a opção ao cliente para consumir como e onde preferir.
No mercado imobiliário a tecnologia permite criar experiências mais interativas e imersivas e as visitas podem ser preparadas como nunca antes. Os potenciais compradores ou arrendatários conseguem ver, personalizar, fazer o “trabalho de casa” com algum detalhe e realismo e depois visitar com um pré-juízo já feito, confirmando, ou não, o que tinham idealizado. E inteligência artificial e a IoT (Internet of Things) permitem analisar dados, padrões e tendências ajudando também investidores na tomada de decisões estratégicas.
A experiência - seja ela física, online ou uma fusão das duas - aliada à rapidez, conveniência, personalização e eficiência faz com que não queiramos voltar ao passado. Tornámo-nos “consumidores híbridos”.