Algarve entre os mercados mais procurados para primeira habitação

11/05/2022
Algarve entre os mercados mais procurados para primeira habitação

2021 foi um ano de recuperação no mercado imobiliário no Algarve. Fosse em número, fosse em volume de transações, esta geografia deixou para trás um 2020 em que as vendas, segundo vários analistas, diminuíram na ordem dos 15%.

No entanto, o ano passado, o regresso do investimento estrangeiro, nomeadamente britânico, e a procura do Algarve para primeira habitação – situação potenciada pelo espetro de teletrabalho e modelo de trabalho híbrido que paira no horizonte –, voltou a impulsionar as vendas e, ao mesmo tempo, a denunciar a clara falta de oferta na habitação.

Entre os mercados que mais requisitaram o Algarve, para além da já mencionada Grã-Bretanha, os países do centro da Europa, nomeadamente Suíça, Alemanha e Holanda, foram igualmente preponderantes, inclusivamente ao comprarem casa ao abrigo do regime de Residentes Não Habituais, com muitos profissionais a, precisamente, efetuarem o seu trabalho de forma remota, para além de terem um incentivo fiscal.

Os analistas apontam que este ano deverá manter-se no Algarve um claro aumento da procura de casas para venda, assim como deverá disparar o número de fogos habitacionais de raiz. Falam ainda na continuação do investimento em reabilitações e restaurações nos centros históricos e no facto de a escassez de imóveis para arrendar conduzir a uma subida de rendas ao longo dos próximos meses.

O aumento de investimento estrangeiro no setor de luxo deverá, segundo os mesmos analistas manter-se, assim como o aumento do número de unidades hoteleiras e alojamento local. Haverá ainda um aumento da procura de terrenos para construção.

Algarve com preços de transação mais elevados

Em 2021, segundo uma análise efetuada pela unidade de research da BA&N, o preço das casas em Portugal aumentou 9,4%. O preço médio por metro quadrado atingiu os 1.355 euros, o que equivale a uma subida de 9,4%, sendo que o valor dos alojamentos transacionados no decorrer do ano passado ascenderam a 28,1 mil milhões de euros, mais 31,1% do que em 2020. A região do Algarve é a que apresenta os preços de transação mais elevados, com o preço médio do metro quadrado de compra na ordem dos 2.114 euros no final de 2021, face a 1.731 euros médios da avaliação. De acordo com nota do estudo “esta dinâmica tem sido acompanhada por um crescimento acentuado do financiamento bancário para a compra de habitação”.

De destacar que na região do Algarve, nos doze meses terminados em fevereiro de 2022, o número de fogos licenciados em construções novas foi de 1.662, correspondendo a um aumento de 46,2% face aos 1.137 alojamentos licenciados nos doze meses anteriores. Destes alojamentos, 20% são de tipologia T0 ou T1, 39% são de tipologia T2, 31% de tipologia T3 e 10% de tipologia T4 ou superior. Nesta região, registou-se ainda uma variação homóloga de 19% em fevereiro, no que respeita ao valor de avaliação bancária na habitação, segundo a Síntese Estatística da Habitação desenvolvida pela AICCOPN.

Algarve vive um bom momento no imobiliário

Gonçalo Ponces, da JLL, confirmou ao Público Imobiliário que o Algarve vive um bom momento no setor imobiliário. “Tem aumentado o interesse dos investidores e com algum grau de compromisso, estando disponíveis para abraçar projetos de médio e longo prazo”. Ou seja, projetos que desde o seu arranque até à venda da última unidade demorem em média sete ou oito anos. “Isto traduz-se numa mensagem de confiança ao mercado que é muito importante”.

Para este especialista, tudo isto acontece porque cada vez mais existe um interesse crescente por parte do consumidor final pelos produtos imobiliários no Algarve. “Esta zona é uma zona de expansão que se tem vindo a destacar não só como um destino turístico, mas também fixar residentes não habituais. A verdade é que os projetos que têm vindo a ser desenvolvidos têm tido muita atração por parte dos consumidores e acabam por ser absorvidos ainda em planta”.

A falta de oferta de habitação é um tema estrutural, segundo os analistas do mercado imobiliário. Como tal, a promoção imobiliária pode ser considerada como setor promissor do mercado e ao qual de deve dar destaque com novos projetos a desenvolver, nomeadamente, para primeira habitação.

O Marina Pa BA&N rk II é a designação de um conjunto de dois terrenos, com uma área total de 120.718 m2, para o qual existe um Pedido de Informação Prévia (PIP) de operação de loteamento, aprovado pela Câmara Municipal de Lagos, o qual contempla uma área de intervenção de 72.729 m2, com uma área de construção total aprovada de 51.120 m² (abrange 16 lotes para construção de 397 fogos. Para além da área de intervenção considerada no PIP, acresce uma área remanescente a sul, com 12.536 m², a qual confere uma área de construção potencial de 5.238 m², de acordo com os instrumentos urbanísticos aplicáveis.

A área remanescente a norte, com 35.453 m² é proposta no PIP como uma área de cedência (parcela de compensação) a integrar o domínio privado municipal.

É propriedade do Fundipar – Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado, o qual é gerido pela Interfundos – Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Coletivo, S.A.

Os terrenos estão localizados na proximidade da já construída urbanização Marina Park I e representam uma excelente oportunidade de investimento para o desenvolvimento de um novo espaço urbano, não só pela sua localização e envolventes, mas também por ser um mercado com procura.

A área de intervenção localiza-se a uma distância de cerca de 1,5 km do centro de Lagos e da Meia Praia, bem como a uma distância de cerca de 1 km da Marina de Lagos, muito próxima da EN125.

Gonçalo Ponces, da JLL, destaca a circunstância de em termos de licenciamento este projeto ter já um PIP aprovado para o loteamento. Quanto ao público-alvo, admite que, quer investidores nacionais, quer internacionais poderão estar interessados. “No entanto, no meu entender, acredito que possa ser um investidor internacional ou mesmo uma parceria nacional e internacional seria interessante”.