Algarve mantém atratividade aos olhos dos investidores

03/11/2021
Algarve mantém atratividade aos olhos dos investidores

Os investidores e promotores imobiliários mantêm a região do Algarve no topo das suas prioridades de investimento. E apesar de nos últimos 20 meses o mercado ser sofrido profundas alterações em virtude dos constrangimentos impostos pela situação pandémica, a verdade é que esta região tem mantido saudáveis níveis de interesse, não só pelos investidores nacionais mas também internacionais.

A ajudar a este interesse tem estado a subida da ocupação média, que em agosto, por exemplo, aumentou 26,9% face ao mesmo período de 2020. Neste período, a hotelaria do Algarve registou uma taxa de ocupação global média por quarto de 76,2%, 17,9% abaixo do valor registado em 2019, pré-pandemia, mas 26,9% acima da ocupação registada em agosto de 2020. Ou sejam uma clara demonstração que o mercado está a recuperar, de resto como os analistas já previam. Segundo os números da AHETA, no mês em questão, o mercado nacional aumentou 50,8% face a esse ano, e o externo desceu -58,6%. Já o volume de vendas da hotelaria desceu 36,2% face a 2019, e aumentou 10,7% face a 2020.

Outro dado que prova o contínuo interesse por esta geografia é o facto de as vendas em resorts terem subido 30% no primeiro semestre, com o mercado a traçar expectativas positivas sobre a evolução dos preços e dos negócios nos próximos tempos.

O mercado dos resorts confirmou a sua tendência de recuperação no primeiro semestre deste ano, visível já desde o ano passado, devido à consolidação do Brexit e ao levantamento progressivo das restrições inerentes à pandemia. O preço da habitação integrada em resorts cresceu 2,7% face ao semestre anterior, e 8,6% face a igual semestre de 2020.

O Índice de Preços de Resorts (SIR-Resorts), criado pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa de Resorts, com o apoio do Turismo de Portugal, mostra que o mercado acusou o processo do Brexit, com os preços a passar de uma subida de 11% para uma descida de 10%, e outra desvalorização de 13% devido à pandemia, no primeiro semestre do ano passado. Mas, na segunda metade de 2020, o mercado voltou a valorizar, com uma subida de 5,3% em termos homólogos, agora confirmada este ano.

Operadores mostram níveis de confiança

Segundo o inquérito Resort Market Survey, os operadores ativos no mercado mostram melhores níveis de confiança, em patamares pré-Covid, e semelhantes aos momentos em que o Brexit levantou menor incerteza. As expetativas combinadas quanto à evolução dos preços e das vendas atingiu este semestre os 46%, forte recuperação face aos 21% registados no período anterior, apenas superado pelos 55% de 2018.

No primeiro semestre deste ano, as casas em resorts atingiram um valor médio de oferta de 4.442 euros/m², e os 8.058 euros/m² na gama mais elevada do mercado, valores que refletem sobretudo o nível de preços no principal mercado de resorts, no eixo Albufeira-Loulé, onde se regista um valor médio de 5.266 euros/m², com 9.274 euros/m² na gama alta.

Em termos médios, no 1º semestre, o valor pedido fica 30% a 60% acima da oferta registada em qualquer um dos outros três destinos de resorts delimitados no SIR-Resorts, com o maior contraste a registar-se no Barlavento do Algarve. O menor diferencial é observado na Costa Atlântica, onde os valores médios atingiram os 4.093 euros/m² nos primeiros 6 meses do ano.

Turismo de Portugal lança nova plataforma

Entretanto, o Turismo de Portugal lançou uma plataforma para criar ambiente favorável a novos negócios. Denominado ‘Invest in Tourism’, o projeto tem como objetivo “ser a montra das oportunidades de investimento no turismo em Portugal” e está inserido no contexto do Plano Reativar Turismo | Construir Futuro.

O ‘Invest in Tourism’ tem como objetivos "acrescentar valor a um conjunto de atividades económicas ligadas ao turismo, reforçar a notoriedade internacional de produtos e serviços nacionais e a perceção de qualidade da Marca Portugal. Pretende, ainda, maximizar contactos com potenciais investidores, dinamizar processos de recrutamento de talento, divulgar oportunidades de negócio no turismo e criar ambientes favoráveis ao nascimento de novos negócios turísticos que permitam acelerar dinâmicas de investimento assentes em soluções inovadoras", lê-se em comunicado enviado às redações.

O Turismo de Portugal tem uma equipa dedicada a esta área, com o objetivo de apoiar o processo de investimento, nomeadamente em áreas como o financiamento, licenciamento, recursos humanos, empreendedorismo, estatísticas e parcerias, contando também com o contributo das equipas do Turismo de Portugal que atuam no estrangeiro.

Millennium promove Edifício turístico em Portimão

Neste contexto, o Millennium bcp está a promover a venda, em Alvor, Portimão, de um prédio destinado a hotelaria (aparthotel) de 12 andares (14 pisos), em propriedade horizontal. Segundo o Banco, o edifício totalmente equipado e mobilado, com receção, sala de estar, sala para pequenos-almoços e cozinha. O ativo é composto por logradouro com piscina e casa de apoio, solário, zonas verdes e parque de estacionamento (ver página 5).

Ramiro Gomes, do Millennium bcp, confirma que a indústria hoteleira ou turística é o setor com apetência natural para absorver este ativo, seja operador nacional quer estrangeiros. No entanto, realça que um “investidor de cariz financeiro para a concessão da exploração a terceiros pode ter um aqui um papel importante a desempenhar”.

O especialista explica que ao longo dos últimos anos, o mercado do Algarve tem tido uma elevada dinâmica, tendo registado elevada procura e concretizado muitos negócios. “Os compradores estrangeiros e Nacionais têm demonstrado muita apetência para o produto que temos tido em venda, sendo um mercado com liquidez e com os preços numa vertente crescente”.

Relativamente o ativo em questão, Ramiro Gomes revela que o Banco está a promover a venda de uma unidade com licença turística, em que as 149 frações T0’s se encontram mobiladas. “Trata-se de edifício na praia da Torralta, sendo uma das zonas do Algarve com maior procura. O edifício é vendido devoluto e com o equipamento existente, sendo que, possui de piscina e zonas comuns para a atividade licenciada e encontra-se sem ónus ou encargos registados”.