Arrendamento pode ser “o mercado do futuro”

29/04/2020
Arrendamento pode ser “o mercado do futuro”

O mercado de arrendamento urbano “pode ser uma das soluções” para o mercado imobiliário no momento pandémico excecional que atravessamos.

Uma das soluções para o mercado imobiliário no momento pandémico excecional que atravessamos pode vir a ser o mercado de arrendamento urbano, diz a secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho, que falava no webinar “60 minutos APEMIP”. Ana Pinho lembrou que “temos falta de oferta no segmento médio e médio/baixo, e temos instrumentos de apoio e incentivo para que se faça arrendamento para estes segmentos, que são uma mais-valia para o próprio setor”, destacando o Programa de Arrendamento Acessível, ou a figura do Direito Real de Habitação Duradoura. Assumindo este mercado como “aquele que mais nos preocupa”, a governante destaca as “condições fiscais muito favoráveis” do PRA, e os “seguros com baixo custo”, e acredita que o programa “pode ajudar a absorver parte do impacto na queda de valor que possa existir no imobiliário”.

Por outro lado, salienta que “precisamos de mais casas em arrendamento acessível e queremos criar todas as condições para que essa oferta exista”, mas admite que muitos dos desafios da construção nova, como a falta de mão-de-obra, vão manter-se além da pandemia.

Luís Lima, presidente da APEMIP, concorda que «o arrendamento é o mercado do futuro» em tempo de pandemia e incerteza. “Não temos qualquer dúvida disso. Vai permitir rentabilizar as despesas, e os mediadores vão conseguir cativar investidores e fazer uma boa gestão da carteira de arrendamento”.

Uma das preocupações, acredita, prende-se com “o descrédito no valor do imóvel”. Para já, as moratórias criadas “ajudam a que não haja desvalorização dos ativos. Damos espaço para que as famílias possam respirar neste momento, e isso cria condições para a credibilidade do setor”. Mas, “se entrarmos numa espiral de descrédito, a rentabilidade é absorvida pela desvalorização do preço”. Por isso, pede “que não se reaja muito emocionalmente” nos próximos tempos, em que os proprietários e os promotores “vão sentir uma pressão muito grande” para baixar preços.

Está certo de que «o imobiliário vai reagir. Já o provamos no passado, e agora faremos o mesmo».