Aveiro pródigo na criação de novos negócios

24/03/2021
Aveiro pródigo na criação de novos negócios

O distrito de Aveiro tem apresentado, ao longo das últimas décadas, um dinamismo empresarial ímpar no contexto nacional. Caracteriza-se, atualmente, por uma forte densidade empresarial e por um aparelho produtivo em que predomina o sector industrial, com numerosas empresas de referência em Portugal e muitas das quais assumindo uma forte vocação exportadora.

O dinamismo económico do Distrito de Aveiro é uma realidade incontestável, refletindo-se no número de empresas existentes. Os últimos dados disponíveis no INE, divulgados pela Câmara de Comércio e Indústria do Distrito de Aveiro, sugerem que esta geografia representa cerca de 6,7% do total das empresas em Portugal, as quais contribuem com perto de 4% do total de IRC pago no país. Efetivamente, e no peso da produção global do distrito no total da produção nacional que atinge os 5,7%, valor superado apenas pelos distritos de Lisboa e do Porto e situado significativamente acima dos distritos vizinhos de Coimbra e de Viseu.

Outros indicadores colocam Aveiro numa posição de destaque em termos de desenvolvimento económico e empresarial. É o caso, por exemplo, do volume de negócios, do valor acrescentado bruto (VAB) ou, ainda, do volume de exportações das suas empresas, cujos valores são novamente superados apenas pelos Distritos de Lisboa e do Porto.

Nesta zona do país, os setores predominantes são a indústria transformadora e o comércio, os quais registam 50% e 32% do volume de negócios da região, respetivamente, segundo os mesmos dados do INE. Destaca-se, ainda, o setor das pescas cujo peso na economia nacional, representa cerca de 19% do total das vendas.

Das atividades industriais de maior relevância é de salientar os diversos sectores tradicionais, designadamente a metalomecânica, a indústria química, a madeira e a cortiça, entre outros. Contudo, é de referir também o surgimento de setores industriais produtores de bens de forte componente tecnológica e de vocação exportadora, facto a que não é alheio o impulso dado pela Universidade de Aveiro e pelos polos tecnológicos existentes no distrito.

Aveiro pródigo em lançar novos negócios

De acordo com a terceira edição do Estudo Nacional de Competitividade Regional, elaborado pela plataforma online Zaask em colaboração com a Universidade Católica Portuguesa, o distrito de Aveiro “revela um crescimento acentuado relativamente à facilidade em lançar novos negócios, voltando a ocupar o segundo lugar a nível nacional. O valor atribuído pelos empresários do distrito é de 3 em 5 pontos, sendo que a média nacional situa-se nos 2,83”.

A situação económica desta geografia é superior à média do país (3,25 em 3,20) e fecha o top 5 nacional. Já no que diz respeito à facilidade na contratação de funcionários, Aveiro surge no segundo lugar a par de Portalegre, ultrapassando ligeiramente a média nacional (2,77 numa, sendo a média nacional de 2,74).

O conhecimento acerca da oferta de programas de formação promovidos localmente foi outro dos indicadores a registar um aumento significativo (de 7% em 2016 para 30% em 2017).

Apesar de o valor atribuído à situação financeira das empresas do Distrito se situar ligeiramente abaixo da média nacional (2,89 em 2,91), a região apresenta-se com uma perspetiva de evolução dos negócios nos próximos 12 meses acima da média nacional (3,43 em 3,27).

Oferta imobiliário

Todo este dinamismo empresarial tem sido acompanhado pelo mercado imobiliário, que se tem vindo a adaptar às novas necessidades, nomeadamente no setor dos escritórios e armazéns ou soluções industriais. Os especialistas admitem haver aqui um misto na procura, com as empresas a recorrerem a espaços já construídos e habilitados a atividades industriais ou comerciais e, por outro lado, outras a estarem interessadas na construção de raiz, onde os alvarás permitem a criação de equipamento ligado a várias indústrias, comércio ou mesmo serviços.

Oferta no distrito

Do conjunto de espaços industriais já construídos ou de terrenos para construção neste segmento, o Millennium bcp está a comunicar alguns que fazem parte da sua carteira de ativos precisamente localizados no distrito de Aveiro, uma geografia que, no entender do Banco, para além de ser uma região com uma atividade económica diversificada em setores tradicionais, tem registado ao longo dos anos uma evolução significativa e crescente em setores com forte componente tecnológica ligada à inovação.

Para este contexto, o Millennium bcp destaca uma unidade fabril, localizada no concelho de Águeda, composta por uma secção destinada a indústria, com zona administrativa/escritórios e outra de armazenagem, localizada a 5km do centro da sede de concelho, com rápida ligação ao IC4, numa envolvente industrial (Refª 34203, ver página 5).

Adicionalmente, e já no concelho de Oliveira do Bairro, situa-se um armazém industrial, implantado num terreno com 19.900 m2, composto por receção e 3 divisões amplas, 1 pavilhão fabril e logradouro, com boa acessibilidade, localizado junto à estrada nacional 235, com excelentes condições para expansão de uma atividade já a laborar noutra área, mas com necessidade de dinamização de fabrico, armazenagem e distribuição facilitada.

Rui Felgueiras, do Millennium bcp, explicou ao Público Imobiliário que o setor da logística e dos transportes tem registado um crescimento bastante significativo de procura por armazéns e terrenos para a sua construção, quer de grande, quer de média ou pequena dimensão. “A proximidade a boas vias de comunicação e ao centro de cidades tem sido uma das premissas mais valorizadas. É neste âmbito, e porque o distrito de Aveiro tem uma posição interessante, quer do ponto de vista estratégico de localização, com ligações por estrada diretas a vias que ligam a Espanha, quer do ponto de vista de proximidade a um tecido industrial, a cidades e seus habitantes como Aveiro Águeda, Oliveira Azeméis, S. J. da Madeira e Santa Maria da Feira, que achamos importante promover este tipo de ativos desta região”.