Pela primeira vez, o Beato Innovation District tem patente a Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, de 25 a 27 de fevereiro, no edifício da antiga Fábrica do Pão. Uma iniciativa da revista Vida Imobiliária, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
A inauguração oficial decorreu esta terça-feira. Na ocasião, Patrícia Gonçalves Costa, secretária de Estado da Habitação, destacou “a importância deste fórum para se falar de cidade” e do “momento de partilha de conhecimento para qualquer tomada de decisão”. Recordou os principais pilares do programa Construir Portugal que estão em curso, como a remoção dos bloqueios da regulação, a mobilização dos recursos públicos para responder às necessidades de habitação, o reforço da oferta pública ou a criação de instrumentos de apoio. Avançou também que está em desenvolvimento o novo IFRRU 2030, que “terá a vertente de reabilitação urbana, de reforço sísmico, mas também de financiamento à habitação acessível. Está a ser desenhado com o BEI”.
“O problema da habitação é complexo. Muitas políticas têm de convergir na resposta de uma política pública de habitação. Todas as propostas do Construir Portugal convergem neste fim, principalmente o reforço da oferta”. E apela que “todos, em conjunto, temos de conseguir implementar uma política pública sustentável”.
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Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, destacou o trabalho que a autarquia tem feito nos últimos 3 anos nas áreas da habitação, urbanismo e espaço público, que se focou essencialmente na “oferta, acesso e inclusão”. Foram assinados projetos de 560 milhões de euros para habitação no âmbito do PRR, entregues 2.434 chaves de habitação acessível, e o apoio à renda abrange mais de 1.000 famílias. Também destacou a aprovação da Carta Municipal de Habitação, ou de grandes processos urbanísticos parados há muitos anos, como o Vale de Santo António. Salientando que “a habitação é também o privado”, destacou a importância de “uma autarquia que funcione, que seja eficaz e eficiente” e, por isso, nos últimos 3 anos, a melhoria dos processos foi uma das prioridades da CML. São várias soluções para um problema sem solução única. “Apesar de todas as dificuldades, conseguimos provar que fazemos, contem connosco”.
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Por seu turno, Manuel Reis Campos, presidente da CPCI, salientou na sua intervenção que “é urgente dar um novo impulso à reabilitação urbana”. Várias medidas governamentais em curso “vão ter um impacto relevante”, e destaca o pedido de redução do IVA na construção para 6% na habitação, uma medida que “incentiva a recuperação do edificado, corrige a desigualdade fiscal, vai permitir um regime mais saudável e um mercado mais inclusivo. É fundamental medidas eficazes que mitiguem os principais constrangimentos no setor”, defende. “Este evento reforça a reabilitação urbana como eixo central do desenvolvimento das cidades, preservando o património e respondendo aos desafios sociais e económicos. A construção de um futuro habitacional, sustentado e acessível, depende de compromisso entre todos, garantindo medidas eficazes e soluções inovadoras, para desenvolvimento sustentável das cidades e qualidade de vida das pessoas”, conclui.
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