Cantanhede “cidade dos 15 minutos” atrai cada vez mais residentes

05/04/2023
Cantanhede “cidade dos 15 minutos” atrai cada vez mais residentes

Cantanhede está a crescer e a atrair cada vez mais residentes. O dinamismo empresarial da cidade, a qualidade de vida ou acessibilidades estão a impulsionar este dinamismo, e falta produto de habitação para tanta procura.

Maria Helena de Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, garante que “há muitas boas razões para escolher viver em Cantanhede”, desde a tranquilidade da cidade à oferta de espaços verdes e zonas de lazer ou zonas desportivas, à dinâmica cultural. Em entrevista ao Público Imobiliário, atesta que “temos assistido a uma apreciável dinamização do setor imobiliário, quer com a construção de novos imóveis, quer com a recuperação de edifícios antigos (…) O setor tem evoluído no sentido de acompanhar a procura, mas ainda de modo insuficiente para as necessidades”. E os preços das casas têm seguido uma curva ascendente, “acompanhando o que se passa a nível nacional”. Segundo os números da Confidencial Imobiliário, no ano passado o preço médio de venda no concelho ascendeu a 1.034 euros. A grande maioria das casas vendidas são moradias.

A autarquia tem procurado “fomentar uma resposta favorável do setor, nomeadamente com a atualização de planos de urbanização e outros instrumentos de gestão territorial, incluindo alterações ao nível da cércea e dos índices de construção”. Em 2023, a autarquia decidiu manter a redução do IMI para agregados com dependentes a cargo, e estão também a ser identificados imóveis a integrar o mercado de arrendamento acessível.

Para Maria Helena de Oliveira, o aumento dos novos residentes “deve-se fundamentalmente ao alargamento das oportunidades de trabalho, em função da política de fomento económico que a autarquia tem vindo a implementar, através da atração de empresas com capacidade de inovação e do aproveitamento das cadeias de valor existentes”. Destaca-se a dinâmica gerada pelo Biocant Park, o primeiro parque tecnológico do país especializado em biotecnologia, que tem vindo a atrair muitos quadros para a cidade, que dinamizam a procura por habitação.

Criar “condições estimulantes e atrativas para novos residentes e garantir a crescente elevação dos níveis de qualidade de vida e de sustentabilidade, incluindo nos espaços rurais” é uma das orientações do plano de desenvolvimento estratégico de Cantanhede, além da “promoção de uma oferta cultural diferenciada e valorização dos recursos naturais e patrimoniais para afirmar Cantanhede como destino turístico”.

A cidade assume-se “claramente alinhada” com as novas tendências urbanas e de mobilidade, como o conceito de “cidade dos 15 minutos”, nomeadamente ao nível da sustentabilidade ambiental, regeneração urbana ou melhoramento da mobilidade, “áreas que têm recebido um forte investimento por parte da Câmara Municipal”. É exemplo disso a nova rede ciclável urbana, “concebida para gerar fluxos de mobilidade em bicicleta no núcleo urbano da cidade e deste para áreas que registam maior afluência diária de residentes” ou para a zona do Biocant Park. O grande objetivo é “preparar Cantanhede para os desafios da mobilidade sustentável, criando condições para generalizar o uso da bicicleta, promovendo por essa via a substituição do automóvel nos movimentos pendulares dos residentes”.

Em preparação, está um plano de expansão da cidade a nascente, que vai integrar o parque verde e vários equipamentos coletivos “segundo os mais atualizados conceitos de inclusão social, segurança, resiliência e sustentabilidade”. Inclui também a criação de novas áreas residenciais.