Cidades, habitação e desafios do imobiliário vão estar em destaque no SIL 2023

19/04/2023
Cidades, habitação e desafios do imobiliário vão estar em destaque no SIL 2023

Regressa já no próximo mês de maio mais um SIL – Salão Imobiliário de Portugal. Que novidades trará a programação da edição deste ano?

É verdade, já estamos em contagem decrescente para o evento, e o SIL tem uma grande responsabilidade no mercado imobiliário, quer a nível nacional, quer a nível internacional, assumindo-se como o evento líder do imobiliário em Portugal e a plataforma para a internacionalização do setor.

Uma vez mais, é no SIL que serão apresentados os principais projetos imobiliários e onde serão realizados os grandes debates com temas tão atuais e emergentes que o país e o mundo atravessam, tais como a falta de habitação, o aumento das taxas de juro, o investimento estrangeiro, o regime do licenciamento urbano, o arrendamento, a construção sustentável (ESG), entre outros.

Relativamente à programação, as Conferências do SIL Invesment PRO, irão decorrer durante dois dias intensos e desafiantes - entre 4 e 5 de maio.

Relativamente aos Prémios SIL do Imobiliário, este ano reconhecem três categorias novas nomeadamente a categoria “Melhor Campanha de Lançamento”, a categoria “Inovação” e a categoria “Responsabilidade Social” - atribuir o melhor projeto imobiliário em prol e para a comunidade (subcategorias - projeto, promoção imobiliária e mediação imobiliária). Mantem-se as categorias “Construção Sustentável e Eficiência Energética”, “Melhor Empreendimento Imobiliário” (subcategorias - comércio, serviços e logística, habitação e turismo) e “Reabilitação Urbana” (subcategorias - habitação, turismo, espaços públicos, escritórios, comércio e serviços).

Os vencedores serão divulgados na Cerimónia de entrega de Prémios no dia 4 de maio, no SIL.

Quantos visitantes/expositores recebeu o SIL 2022? E tendo em conta esse balanço, quais os números que pretendem atingir este ano?

O SIL realiza-se em simultâneo com a TEKTÓNICA, o evento líder da construção em Portugal. Assim em 2022, os dois eventos ocuparam 20.000 m2 com Exposição e Conferências, num total de mais de duzentos expositores e mais 15.000 visitantes.

Este ano, prevemos uma forte adesão de visitantes, na medida em que 82% dos visitantes do SIL em 2022, afirmaram que valeu a pena visitar o evento e participar no “SIL Investment Pro”, enquanto 73% considerou a oferta variada e representativa.

Para esta edição vamos ocupar mais de 30.000 metros quadrados e o PT Metting Center, tendo como objetivo ultrapassar largamente os números da edição anterior.

Como correu o regresso da feira à realização na primavera? É uma data que pretendem continuar a manter? Qual o feedback que tiveram das empresas e dos participantes?

A data do SIL em maio é consensual, é a 3ª edição em que o Evento se realiza na Primavera e em simultâneo com a TEKTÓNICA beneficiando das sinergias que existem entre o setor da construção e do imobiliário.

Quais os principais temas que prometem dominar a agenda de conferências do evento este ano?

As Conferências “SIL Investment PRO” marcarão dois dias intensos de discussão de debate com os diversos players do mercado, quer públicos quer privados, onde terão oportunidade de relatar experiências e emitir opiniões sobre os desafios conjunturais que enfrentam, nomeadamente sobre as novas políticas de habitação que se encontram na agenda do dia, o arrendamento, o regime do licenciamento urbano, o aumento das taxas de juro entre outras.

O SIL Cidades colocará à volta da mesa Autarcas de Cidades com características diferentes, mas com preocupações idênticas. Em foco, estará o “O Desafio da Habitação”, tema bastante atual e preocupante, como bem sabemos. Portugal está a passar por um momento de grande escassez de oferta de habitação, acima de tudo, para a classe média que enfrenta dificuldades com o aumento das taxas de juro.

No segundo dia da Conferência “SIL Investment Pro powerd by APPII,” irão ser debatidos temas como o Investimento estrangeiro em Portugal, o custo da construção, a carga fiscal e não esquecendo, a abordagem de temas incontornáveis como o ESG – integração ambiental, social e de governação (a prática que consiste em integrar informações ESG nas decisões de investimento, para minimizar o risco, entre outros).

No dia 5 de maio, realiza-se ainda a conferência da Wire – Women in Real Estate em Portugal, das 16h00 às 17h00, a qual pretende dar palco ao papel das mulheres no setor imobiliário. A WIRE trata-se de uma associação de networking para mulheres profissionais do mercado imobiliário. Esta associação, que já existe em muitos países europeus, dedica-se a promover e envolver mulheres com cargos de topo de vários sectores do mercado imobiliário, garantindo maior paridade no setor.

Terão lugar outras conferências, nomeadamente de consultoras imobiliárias que fazem do SIL o ponto de encontro das suas equipas dirigentes e comerciais.

Que desafios enfrenta o setor imobiliário e da construção atualmente? E de que forma estarão visíveis e em destaque no SIL?

O mercado imobiliário enfrenta grandes desafios no contexto geopolítico atual. Após a crise sanitária, enfrentamos uma série de dificuldades que advém da guerra, como o aumento do preço dos materiais de construção à escassez de oferta de habitação para a classe média, à elevada taxa de inflação, à subida das taxas de juros, e à consequente diminuição do poder de compra, para além do novo pacote de medidas anunciado pelo Governo para a habitação.

A ameaça ambiental é uma realidade e, nesse âmbito, a responsabilidade das cidades e o papel do imobiliário são determinantes. São apontadas várias tendências para um futuro urbano resiliente e sustentável e a necessidade de Edifícios e infraestruturas inteligentes e sustentáveis é evidente. Enfim, conseguir obter rentabilidade no sector imobiliário, cumprindo os desafios da sustentabilidade por um lado e da habitação acessível por outro é o grande desafio na minha opinião. É fundamental que vão surgindo mecanismos como o Financiamento Sustentável, alinhado com os Princípios de Obrigações Verdes (Green Bond Principles) e com as Diretrizes de Obrigações de Sustentabilidade (Sustainability Bond Guidelines) publicadas em junho de 2021 pela Associação Internacional do Mercados de Capitais.

O SIL é sem dúvida o ponto de encontro do setor imobiliário, nomeadamente dos profissionais, dos investidores, dos empresários, dos técnicos e dos organismos públicos, bem como dos parceiros estratégicos – APPII, APEMIP e a ALP. Assim, podemos afirmar que o “SIL Investment Pro” é o palco premium do debate do setor com um programa de conferências que foca as temáticas atuais e permite a troca de experiências e opiniões na procura de soluções. Para além disso, a própria exposição é uma mostra de soluções que vão desde ativos imobiliários, a serviços, financiamento, entre outros.

Como está a ser a adesão ao SIL Cidades?

Na última edição tivemos uma região convidada, por se tratar de uma região autónoma. Na presente edição, a adesão ao SIL Cidades continua a crescer, e será aquela em que teremos o maior número de cidades presente, estando já confirmada a presença de Lisboa, Porto, Matosinhos, Funchal, Seixal, Loures, Santarém, estando ainda por definir qual o município convidado.

Esta é uma oportunidade para os Municípios darem a conhecer as suas políticas de habitação, os seus ativos imobiliários e todas as suas potencialidades aos investidores e aos cidadãos em geral. O grande desafio para as cidades são as abordagens e serviços inclusivos e sustentáveis, que garantam a participação dos cidadãos, o acesso à habitação, aos equipamentos e proporcionem qualidade de vida num ambiente rentável e sustentável.

As Cidades estarão em destaque quer na exposição, quer no âmbito das Conferências “SIL Investment Pro”. A Câmara Municipal de Lisboa é co-organizadora do Evento, desde longa data, e um parceiro estratégico fundamental.

E em paralelo, que outras oportunidades se apresentam no SIL?

O SIL promove o networking entre expositores e visitantes que podem participar quer na feira, quer nas conferências e contactar diretamente com o mercado. Podem ainda estabelecer relações privilegiadas através do SIL Village, um espaço em que os expositores convidam os seus clientes, parceiros ou potenciais investidores para privarem num almoço informal e muitas vezes fechar negócios ou iniciar leads. O SIL é um barómetro do setor e as oportunidades para o imobiliário passam por ultrapassar as contingências internas e pela internacionalização do setor.

No âmbito da internacionalização, as parcerias com os Salões congéneres internacionais – EXPO REAL (Munique) , Mipim (Cannes) e Moving to Portugal (Londres) – tem dado maior visibilidade o SIL, potenciando a captação de investimento para Portugal. De referir ainda a participação no Salão Imobiliário de Paris, no qual participamos na organização.

Na sua opinião, como deverá o setor imobiliário portar-se este ano de 2023, tendo em conta toda a conjuntura bem conhecida de crise na habitação, juros e inflação em alta ou a guerra na Ucrânia?

Na minha opinião, o setor imobiliário apesar de neste momento estar a passar por grandes desafios, continua com uma postura interventiva, persistente e resiliente, não esquecendo e a sua grande capacidade de adaptação às exigências do mercado. Creio que poderá haver uma contração do mercado, com algum ajuste de preços e aumento dos custos de financiamento.

Deverá existir uma adequação dos imóveis em termos de ESG e taxonomia da UE que passará a ter um peso relevante na avaliação de um ativo imobiliário.

Portugal continua com uma oferta inferior à procura, quer devido ao aumento dos custos de construção, quer devido à morosidade nos licenciamentos, repercutindo-se no valor dos ativos e na escassez dos mesmos.

É fundamental criar medidas que fomentem a construção de habitação acessível para todos, sendo a classe média uma das mais afetadas. O mercado de arrendamento poderia ser uma alternativa, mas também aqui existe uma enorme falta de produto.

Relativamente ao investimento internacional poderá ter alguma estagnação, mas Portugal continua a ser um mercado de interesse para investidores estrangeiros.

Portugal tem uma posição geográfica privilegiada, oferece bom tempo, segurança e qualidade de vida. Um dos mercados que nos últimos tempos tem investido mais em Portugal é o norte-americano, sendo uma das nacionalidades que mais tem crescido em termos de compradores e creio que deverá manter-se.

Assim acredito que para o efeito são fundamentais, os fóruns de debate, as exposições e os Eventos como o SIL. O nosso objetivo é proporcionar networking, leads de negócio e sobretudo debate de ideias que por certo contribuirão para políticas e soluções mais eficazes para todos os portugueses.


Cidade APPII de volta ao salão

A Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários - APPII volta a marcar presença no SIL com a Cidade APPII, stand coletivo que junta 22 associados e parceiros. Decorre neste espaço a 4 de maio, primeiro dia do certame, o Grand Cocktail APPII, pelas 17h30.