Cidades verdes: espaços autossuficientes e sustentáveis

02/10/2020
Cidades verdes: espaços autossuficientes e sustentáveis

Cidades verdes são cidades sustentáveis, projetadas com respeito ao meio ambiente, com uma atuação economicamente viável e socialmente justa. Basicamente, são cidades que investem na melhoria da qualidade de vida da população e na procura pela eficiência dos serviços de maneira sustentável.

O conceito engloba os pilares da sustentabilidade, em que o ambiental, o social e o económico devem ser preservados para não prejudicar as futuras gerações. Deste modo, as cidades seriam capazes de suportar as atividades exercidas e, ao mesmo tempo, manter a qualidade de vida dos habitantes. Por definição, as cidades verdes são locais onde as pessoas querem viver e trabalhar, agora e no futuro, atendendo as necessidades dos residentes, integram-se bem ao meio ambiente e contribuindo com uma elevada qualidade de vida, através da segurança, inclusão, planeamento, igualdade e serviços para todos.

Desenvolvimento inteligente e sustentável

A degradação ambiental causada pelas diversas atividades urbanas gera a necessidade de as cidades repensarem os seus hábitos e formas com as quais lidam com o uso do espaço. Um pouco por todo o mundo, as cidades cresceram de maneira desordenada ocasionando enchentes, poluição, desflorestação, desigualdades sociais, ocupação de habitações em áreas de risco, desemprego, entre tantos outros problemas.

Os projetos de cidades verdes procuram minimizar ou resolver todas essas questões. Áreas como desenvolvimento inteligente e sustentável, uso da terra, sistemas de transporte, energia, água, gestão de resíduos, educação e políticas públicas devem estar integradas para oferecer melhores condições de vida para os habitantes da cidade.

Defendem os especialistas que avançar no desenvolvimento sustentável significa fazer um uso mais racional de recursos naturais, com consumo de energias renováveis, redução de poluentes e resíduos, além da proteção ambiental. Nomeadamente, defendem que haja investimento público e privado constante para prover iniciativas sustentáveis e melhor distribuição de renda.

Para caminhar para uma cidade verde, os projetos urbanísticos são repensados e as cidades são remodeladas para privilegiar escolhas de transporte não poluentes que libertem o trânsito, como a bicicleta e o pedestrianismo. Além disso, o eco-design e a arquitetura são ferramentas importantes para a construção de edifícios verdes que promovam a sustentabilidade. A recolha de lixo também deve ser repensada, visando a diminuição de impactos ambientais e o desenvolvimento social e económico da região.

Lisboa verde em 2020

A 21 de Junho de 2018 Lisboa foi distinguida com o galardão de Capital Verde Europeia 2020. A distinção, que resultou da avaliação de um conjunto de especialistas internacionais sobre 12 indicadores que visam avaliar a sustentabilidade na cidade, foi anunciada pelo Comissário Europeu do Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella.

Para estar na linha da frente da concretização de uma agenda pela sustentabilidade a autarquia da capital admite ter que trabalhar como um todo. Com esta ambição lançou o desafio à cidade, às empresas, organizações, associações, instituições, públicas e privadas, para assumirem o Compromisso Lisboa Capital Verde Europeia 2020 – Ação Climática Lisboa 2030 com uma agenda ambiciosa para a próxima déca­da, sob o mote ESCOLHE EVOLUIR: 2030 medidas para 2030. Uma agenda que ficou obviamente marcada por todo um contexto de pandemia mas que pouco a pouco tem sido relançada.

Até porque de repente tudo ficou diferente e o mundo parou… foi tempo de pensar e recentrar. Mas, “esta situação que vivemos deu uma centralidade acrescida à Capital Verde”, disse Fernando Medina, no Dia Mundial do Ambiente, momento de relançamento da programação da Lisboa Capital Verde, que decorreu na Estufa Fria de Lisboa.

“A saúde, a sustentabilidade e o ambiente são urgências do nosso tempo, e por isso, neste momento em que relançamos a programação da Capital Verde, sabemos que este foi também um momento de consciencialização e de força para o compromisso Lisboa Capital Verde. Uma capital que quer, e vai ser verde.”, reiterou o presidente da Câmara.

Da abertura de jardins, à plantação de novas árvores, a criação de 50 km de ciclovias até final do ano, exposições temáticas, o lançamento de uma aplicação para identificação das árvores de Lisboa, passando pela reafirmação de compromissos ou a humanização do espaço público e eventos sustentáveis, o programa tem vários momentos de destaque, apresentados na ocasião pelo vereador do Ambiente, José Sá Fernandes.