A freguesia de Campanhã, no Porto, vai ter um novo projeto de Build to Rent com 124 habitações, fruto de uma parceria agora anunciada entre a Câmara Municipal do Porto e o grupo Ageas Portugal. Trata-se do “primeiro grande acordo Build to Rent no país”.
O Jardins do Oriente vai ter apartamentos com tipologias T0, T1, T2 e T3, com rendas mensais a variar entre os 525 e os 950 euros, significativamente abaixo dos valores do mercado livre, por um período mínimo de 10 anos.
Ao abrigo deste acordo, o investimento será assegurado pelo grupo Ageas, sem qualquer encargo para o município do Porto, uma vez que o valor mensal das rendas será direta e proporcionalmente suportado pelas rendas que receberá dos seus inquilinos, refere a autarquia em comunicado. O único encargo que a autarquia poderá vir a suportar diz respeito a eventuais subsídios que possam vir a ser atribuídos. A Garcia Garcia será responsável pelo seu desenvolvimento e construção.
A concretização deste empreendimento decorre no âmbito da atualização do programa municipal “Porto com Sentido”, que acomodará alterações da legislação nacional, nomeadamente em matéria de arrendamento acessível e Simplex urbanístico.
Para o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, “este é um projeto inovador, em que fica provado que é possível envolver uma entidade pública, como o Município do Porto, e uma entidade privada, neste caso o Grupo Ageas Portugal, para criar valor para a cidade e para os cidadãos, mais concretamente”. Acresce que “o Município, enquanto arrendatário, suportará o valor das rendas, pelas quais será ressarcido, através do valor a pagar pelos subarrendatários, verdadeiros beneficiários do programa de rendas acessíveis”. Rui Moreira estima que os eventuais subsídios de renda a atribuir possam representar uma despesa de 160.000 euros por ano. “Este subsídio, que na fase inicial do programa Porto com Sentido poderia chegar a 30% da renda, hoje chega, nalguns casos, a atingir os 50%, servindo o propósito de amenizar, ainda mais, o valor pago pelos inquilinos”, explica o autarca.
Por seu turno, Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal, enfatiza que “é o primeiro projeto de investimento privado em larga escala de arrendamento acessível em Portugal”, adiantando que se trata de um investimento “com impacto real na comunidade e, como sabemos, são projetos destes que fazem a diferença na vida das pessoas”. Como afirma o responsável, “este passo reforça o nosso posicionamento enquanto investidor responsável e sustentável, com foco no pilar ‘S’ de ESG, esperando que o sucesso deste projeto possa alavancar mais investimento em habitação acessível”.
Para Miguel Garcia, Administrador da construtora Garcia Garcia, “este projeto representa um marco importante na nossa atuação no setor da habitação, pela sua natureza inovadora e pelo impacto social que acarreta. Contribuir para uma solução concreta de acesso à habitação para a classe média, numa lógica de parceria público-privada, reflete o nosso compromisso com a construção de cidades mais inclusivas e sustentáveis. É com orgulho que integramos esta iniciativa pioneira no país, sendo um exemplo de como o setor privado pode contribuir ativamente para responder aos desafios habitacionais das cidades e estar ao serviço da comunidade”.