Eficiência energética dos edifícios no centro das atenções

11/12/2021
Eficiência energética dos edifícios no centro das atenções

Os novos programas de incentivo em vigor, bem como os fundos do Programa de Recuperação e Resiliência, prometem uma oportunidade única para melhorar as habitações dos portugueses. É o que garante João Ferreira Gomes, presidente da ANFAJE – Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes, segundo o qual “a procura pela instalação de janelas eficientes não é exceção, e este segmento “atravessa uma fase muito positiva” no decorrer desta procura, passado o confinamento em que “muitos portugueses se deram conta da falta de conforto das suas habitações, com especial destaque para a qualidade das caixilharias instaladas”.

Agora, há que “aproveitar a execução dos fundos previstos no PRR, no que respeita aos programas e medidas de aumento da eficiência energética dos edifícios e combate à ‘pobreza energética’”, já que os objetivos do programa passam por “aumentar a eficiência energética dos edifícios, melhorar o seu desempenho energético, o conforto térmico e acústico das habitações, com um impacto direto na redução da fatura energética e no aumento do bem-estar e saúde dos portugueses”. Tendo em conta os investimentos previstos, “o PRR dará um enorme contributo para que a fileira dos materiais de construção, e nomeadamente as empresas do setor das janelas eficientes, assegurem um crescimento sustentado da sua atividade durante os próximos anos”.

Para João Ferreira Gomes, “é indispensável que os programas e medidas já existentes sejam devidamente comunicados”, como é o caso do Programa de Apoio Edifícios + Sustentáveis, ou o Vale Eficiência, que podem também “assegurar a dinamização da atividade das empresas do setor”.

Por um lado, o Programa de Apoio Edifícios + Sustentáveis apoia financeiramente intervenções de eficiência energética em edifícios nas habitações, tais como a substituição de janelas, de coberturas ou pavimentos ou instalação de painéis fotovoltaicos, entre outros, com montantes máximos definidos por intervenção.

Já o Programa Vale Eficiência propõe-se a entregar 100 mil vales a famílias vulneráveis até 2025 no valor de 1.300 euros (+IVA) cada, para o investimento na melhoria do conforto térmico das habitações, quer por via de intervenções na envolvente, quer pela substituição ou aquisição de equipamentos energeticamente eficientes.

“É necessário que exista uma divulgação massiva, que permita que os portugueses tenham conhecimento da existência de apoios financeiros para a melhoria do conforto das suas habitações. Caso não sejamos eficazes no esfoço de comunicação e divulgação, corremos o risco de desperdiçar uma oportunidade única de financiamento, com verbas muito expressivas, para a renovação e reabilitação do parque edificado português”, continua o presidente da ANFAJE.

Cerca de mil empresas já aderiram ao Classe+

São já cerca de mil as empresas aderentes à etiquetagem de janelas Classe+, com mais de 250.000 etiquetas emitidas, o que a ANFAJE considera “um sucesso inquestionável” desta iniciativa.

Esta etiquetagem da ADENE permite “comparar as caraterísticas técnicas dos produtos (desempenho térmico e acústico) de empresas diferentes e escolher o produto com o melhor desempenho energético de uma forma simples, prática e intuitiva”. Por outro lado, “permite quantificar a quantidade de janelas de classe A+ apoiadas pelos programas de incentivo e qual o seu contributo para a melhoria do desempenho energético dos edifícios”,

Explica que “aos poucos, o projeto foi conquistando a confiança das empresas do setor que têm agora uma etiqueta energética que lhes permite diferenciar a sua oferta, destacarem-se dos seus concorrentes e atestarem a qualidade dos seus produtos. Além disso, a etiqueta energética de janelas permite às empresas comunicar, de forma mais clara e transparente, as vantagens das suas soluções de janelas eficientes junto dos clientes particulares, constituindo-se como uma poderosa ferramenta de marketing”.

Os clientes particulares, “acolheram a etiqueta de forma muito positiva, tendo em conta o conhecimento já existente da classificação energética de outros tipos de produtos, nomeadamente dos eletrodomésticos”.