Empresas do setor da construção mantiveram-se ativas em junho

30/06/2020
Empresas do setor da construção mantiveram-se ativas em junho

Os números são do Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – Covid-19, divulgado pelo INE e pelo BdP. Apenas 2% das empresas deste setor estiveram encerradas temporariamente, e 1% em definitivo. Ou seja, na primeira quinzena de junho, 97% das empresas do setor da construção e imobiliário mantiveram-se em funcionamento, percentagem semelhante à registada na quinzena anterior.

O relatório mostra que a situação do tecido empresarial, de forma geral, melhorou na primeira quinzena de junho, com a percentagem de empresas em funcionamento a ter aumentado de 92% na 2ª quinzena de maio para 95% na 1ª quinzena de junho, salientando-se o setor do alojamento e restauração, onde a percentagem aumentou de 59% para 77%.

A área da Construção e Atividades Imobiliárias registou a menor percentagem de empresas com redução no volume de negócios, com 52%, menos 8% que na quinzena anterior.

68% das empresas registaram um impacto negativo no volume de negócios nesta primeira quinzena de junho. 24% acredita que o volume de negócios deverá demorar mais de 6 meses a regressar ao nível normal, e 4% considera que este nunca vai regressar aos níveis pré-crise.

Face à situação que seria expectável sem pandemia, 68% das empresas reportaram um impacto negativo no volume de negócios, um valor que era de 73% na quinzena anterior.

O Alojamento e restauração e os Transportes e armazenagem foram os setores onde mais empresas reportaram reduções no volume de negócios (88% e 77%, respetivamente). 24% das empresas referiram que o seu volume de negócios deverá demorar mais do que seis meses a regressar ao nível normal e 4% consideram que o seu volume de negócios não deverá voltar a esse nível.

O setor do alojamento e restauração destaca-se pela maior percentagem de empresas em ambas as situações (38% e 11%, respetivamente). Comparativamente com a quinzena anterior, 38% das empresas referiram uma estabilização do volume de negócios, sendo que, entre as restantes, a percentagem que assinala aumentos foi superior à proporção que assinala reduções (35% e 28%, respetivamente).

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Ao nível setorial, a percentagem de empresas a referir um aumento excedeu a percentagem de empresas a referir uma redução do volume de negócios no alojamento e restauração, comércio e transportes e armazenagem.

Na 1ª quinzena de junho, 39% das empresas assinalaram uma redução do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar face à situação que seria expectável sem pandemia (45% na quinzena anterior). As empresas do alojamento e restauração também se destacam neste caso, com 67% a referirem um impacto negativo no pessoal ao serviço (ainda assim -6 p.p. do que na quinzena anterior).

Em comparação com a 2ª quinzena de maio, a maioria das empresas não reportou alteração no número de pessoas ao serviço (68%). O Alojamento e restauração foi o setor que registou a maior percentagem de empresas com aumento no pessoal ao serviço face à quinzena anterior (40%), na maioria dos casos devido à redução do número de pessoas em layoff. 47% das empresas respondentes tinham pessoas em teletrabalho na primeira quinzena de junho (-6 p.p. face à quinzena anterior) e mais de 55% das empresas não preveem o recurso às medidas de apoio do Governo excluindo o layoff simplificado. Mais de 75% das empresas considera pouco ou nada provável a alteração de forma permanente da sua atividade devido à pandemia COVID-19. As alterações referidas como muito prováveis pelas empresas são o reforço do investimento em tecnologias de informação (25% das empresas), o aumento do recurso ao teletrabalho (17% das empresas) e o redireccionamento dos mercados alvo (16% das empresas).