Escassez de oferta torna mercado de ativos industriais (ainda) mais apelativo

05/01/2022
Escassez de oferta torna mercado de ativos industriais (ainda) mais apelativo

O imobiliário em 2021 foi marcado, para além do notório investimento no mercado habitacional, pelo crescimento acentuado dos ativos industriais, que acabou por alimentar igualmente o setor logístico e de armazéns, algo que, de resto, já se vinha a sentir em 2020, quando os espaços de armazéns e de logística ocupados atingiram os 272 mil metros quadrados, o que representou um crescimento de 24% relativamente a 2019.

Em 2021, as consultoras admitem que a disponibilidade dos espaços logísticos e industriais permaneceu reduzida, mantendo-se inversamente proporcional à procura, que cada vez é maior, tornando todo este mercado ainda mais apelativo.

O crescimento continuado do e-commerce parece ser um dos grandes responsáveis por esta cada vez maior procura, não só em Portugal, mas um pouco por toda a Europa. Aliás, a B.Prime prevê que este movimento seja responsável por uma procura adicional de 16.7 milhões de m² de armazéns logísticos na Europa ocidental. Já no ano passado, a consultora Cushman & Wakefield assumiu que a logística é atualmente o setor que todos os investidores procuram. “Não há dia em que a imprensa especializada não fale de operações deste mercado ou do Multifamily”. Os especialistas têm vindo a alertar que, com o crescimento, ainda previsto do e-commerce, a logística deverá igualmente crescer.

Instalação industrial na Trofa, Porto

Os ativos industriais são um dos segmentos alternativos de investimento com estabilidade e com retornos interessantes, segundo os analistas, e que poderão captar a atenção de investidores nacionais e internacionais. A localização das unidades industriais é, sem dúvida, um fator de atratividade, quer estejam inseridos em parques industriais, quer próximos de eixos rodoviários ou ferroviários, bem como a sua dimensão e estrutura. Adicionalmente, dado o dinamismo do setor da logística e distribuição, aproveitar estruturas já existentes e transformá-las em armazéns de apoio ao e-commerce, ou em armazéns inteligentes para armazenagem particular ou empresarial, seriam excelentes oportunidades.

Nesta edição do PI, o Millennium bcp apresenta ao mercado um armazém industrial, localizado no concelho da Trofa. Este ativo está edificado em 3 pisos, sendo um deles uma cave de espaço amplo. O rés do chão concentra o armazém propriamente dito, escritórios, sala técnica, instalações sanitárias, cozinha e ainda uma zona de balneários. No piso superior, inserem-se alguns gabinetes e instalações sanitárias.

Com uma área de implantação de 5.492 m2 e num terreno com 5.972 m2, este imóvel totaliza 8.954 m2 de Área Bruta de Construção, o que lhe atribui uma caraterística distintiva e vantajosa no que diz respeito à sua atratividade e versatilidade para fins diversos. A este importante elemento competitivo face a outros do segmento, associa-se a sua localização, numa zona composta por outros edifícios industriais, a cerca de 3km do centro da cidade da Trofa, com bons acessos pois situa-se a menos de 1km da N14 e bem servida de transportes com paragem de autocarros muito perto. Trofa é um município do distrito do Porto, com uma paisagem preenchida por terras férteis cultivadas, atravessadas por cursos de água e fábricas de vários ramos industriais. Efetivamente, o setor preponderante do concelho da Trofa é a indústria, com unidades fabris da metalomecânica, farmacêutica, têxteis e confeções, eletrónica e calçado.

Absorção deste tipo de ativos é imediata

Rui Felgueiras, do Millennium bcp, destacou o facto de o armazém em causa beneficiar de uma localização muito interessante, de rápido acesso à autoestrada A3 e estar inserido numa zona que, historicamente, tem tido níveis de procura muito relevantes. “A Trofa é um concelho com tecido empresarial significativo e onde sentimos que existem poucos ativos em venda deste segmento. À volta deste armazém existem outras unidades industriais e fabris, mas este, também pela sua área coberta de mais de 8.000 m2 representa uma oportunidade a não perder para empresas ou grupos que procurem a expansão e crescimento da sua atividade”.

Corroborando a visão dos analistas, Rui Felgueiras diz que a absorção deste tipo de ativos tem sido quase imediata à sua entrada em vendas, sentindo-se claramente uma maior procura do que oferta. “O Banco, neste momento a norte, quase não tem ativos do tipo industrial para venda”.

Na opinião do especialista, os compradores deste tipo de unidade, quer seja pela sua dimensão e layout, quer seja pela sua localização, serão de segmentos como a indústria têxtil, indústria metalúrgica leve e armazenamento do tipo last mile.