Estados Unidos são um dos mercados com maior potencial no investimento imobiliário português

24/05/2023
Estados Unidos são um dos mercados com maior potencial no investimento imobiliário português

O investimento americano está a crescer em Portugal. Estes investidores estão a aumentar a sua presença, também através do turismo, e este é visto como um dos mercados com maior potencial no contexto do imobiliário português.

O tema foi discutido durante a conferência “Turismo & Imobiliário no âmbito das relações Portugal / EUA”, organizada pelo Pestana Hotel Group e Câmara de Comércio Americana em Portugal (AmCham) no início deste mês, em Lisboa. Na ocasião, Patrícia Barão, diretora do departamento Residencial da JLL Portugal, salientou que, em 2022, “o investimento americano foi de 1.150 milhões de euros, representando 33,7% do total investido em Portugal no imobiliário comercial”. Entre as operações de maior envergadura, destacam-se o portfólio Crow, que representou 850 milhões de euros. Fundos como a Blackstone investiram cerca de 300 milhões de euros em portfólio industrial e de logística no nosso país.

Já no primeiro trimestre deste ano, os investidores americanos representaram 67% do investimento imobiliário comercial, um grande crescimento face aos 6% de igual período de 2016, por exemplo. Assim, os Estados Unidos “já são a nacionalidade que mais investe em imobiliário comercial em Portugal”.

Os americanos ganham também destaque no mercado residencial. Segundo Patrícia Barão, das cerca de 170.000 transações registadas no ano passado, 6% dizem respeito a compradores estrangeiros, e os EUA são responsáveis por 15% desta quota internacional, bem acima dos 2% de 2016. Por isso, a responsável não tem dúvidas de que “estamos, de facto, no radar dos americanos”. Portugal prima pela sua “hospitalidade, segurança, clima e preços abaixo dos praticados nos EUA”, que ainda ultrapassam os problemas com a burocracia ou com os licenciamentos, ou ainda o anunciado fim dos Vistos Gold.

Este mercado destaca-se também no turismo, sendo o que mais tem crescido nos últimos anos, principalmente no ano passado, comparando com 2019, o último ano antes da pandemia, mas também este ano. Segundo Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, presente neste evento, este mercado mais que duplicou as dormidas entre janeiro e fevereiro, face ao período homólogo do ano passado. O facto de existirem ligações aéreas diretas tornam Portugal num destino especialmente atrativo.

Por seu turno, José Roquette, Board Member & Chief Development Officer do PHG, afirmou que o mercado norte-americano “ainda não mostrou um terço do que pode vir a ser”, considerando que “um parceiro como os EUA vai trazer muitas soluções ao nosso país”.