Durante o ano passado, investidores de 78 nacionalidades distintas aplicaram cerca de 894,3 milhões de euros na compra de habitação na Área de Reabilitação Urbana de Lisboa, num total de 1.655 transações. Estes investidores representam 37% do montante total investido e 29% dos imóveis comprados, uma estabilização face a 2021.
Os números apurados pela Confidencial Imobiliário, que analisam transações de habitação concretizadas por particulares na ARU de Lisboa mostram que este montante fica 7% abaixo do apurado em 2021. Em número de imóveis, a descida é de 10%. Por outro lado, o valor médio de investimento por transação fica 4% acima de 2021, refletindo a subida que se regista já desde 2016.
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, destaca que “os níveis de atividade, em termos de montante investido, imóveis adquiridos e nacionalidades ativas, ficam pouco abaixo de 2021, sendo que este último foi um ano recorde influenciado por um contexto de corrida às aquisições para obtenção dos Vistos Gold, cujas regras seriam alteradas”. Segundo o especialista, “deduzindo este efeito, vemos em 2022 uma atividade em níveis superiores a qualquer um dos anos anteriores, o que significa que o interesse internacional não se dissipou depois de Lisboa deixar de ser elegível para os vistos gold”. Acrescenta ainda que “isso é visível pela manutenção dos elevados níveis de atividade e da diversidade das nacionalidades ativas, mas também pelo facto de o ticket de investimento internacional ter aumentado, a par da maior dispersão geográfica do investimento, com bastantes mais freguesias fora do centro a captarem o interesse dos estrangeiros”.
Santo António (€138M), Estrela (€135,3M), Arroios (€97,9M), Misericórdia (€89,3M), Avenidas Novas (€78,1M) e Santa Maria Maior (€76,5M) continuam a ser as zonas mais procuradas pelos estrangeiros, com 15% a 9% do investimento estrangeiro em montante em 2022. Mas aumenta o interesse por várias freguesias como Belém, Ajuda e Alcântara, ou Marvila, Beato e Olivais. Foi nestas freguesias que o investimento estrangeiro mais cresceu,
Franceses são os que mais compram, brasileiros os que mais gastam
O “top 5” dos investidores estrangeiros em habitação na ARU de Lisboa continua a ser integrado por franceses (1º), agora seguidos pelos norte-americanos (2º), chineses (3º), britânicos (4º) e brasileiros (5º), que no seu conjunto representam quase 60% do investimento internacional.
No entanto, são os brasileiros quem mais investe em cada transação, com um valor médio de investimento de quase 700.000 euros, ao passo que os franceses investiram uma média de 625.000 euros. Norte-americanos, chineses e britânicos têm tickets médios a rondar os 500.000 euros.