Estudo evidencia que famílias ganharam poder de arrendamento

06/07/2022
Estudo evidencia que famílias ganharam poder de arrendamento

O estudo de acesso à habitação pelos portugueses, lançado na Conferência da Promoção Imobiliária em Portugal pela Confidencial Imobiliário – COPIP, foi apresentado em conjunto por Ricardo Sousa, CEO da Century 21, e Ricardo Guimarães, Managing Partner da Confidencial Imobiliário. 

Ao sublinhar que “o mercado imobiliário é um mercado hiper-local, pois tem dinâmicas muito diferentes”, Ricardo Sousa referiu também que “o mercado, e os seus stakehloders, têm mostrado uma grande capacidade de resiliência e adaptação a todos os contextos” e que “estamos com uma procura fortíssima, as pessoas estão a comprar, arrendar e investir. Temos novas geografias a procurar habitação em Portugal, nomeadamente os EUA. As famílias estão com mais poupança, e isso incentiva a procura”. 

Dando uma perspetiva com base na “informação, com dados factuais e relevantes”, Ricardo Guimarães, referiu que “a situação que estamos hoje é completamente diferente daquela que vivemos na crise financeira” e que 2021 demonstrou que “estamos num cenário completamente diferente no que diz respeito à entrega de casas”.  

Indicou também que “temos uma nova geração de promotores imobiliários que vai determinar a forma como devemos ‘enfrentar’ estes novos ciclos, como o aumento dos juros”, acrescentando que “em momentos de forte inflação, não se antecipa uma redução dos preços de habitação. Não, não é agora que o preço das casas vai realmente cair”. 

Famílias ganham poder de arrendamento

Foi aquilo que Ricardo Sousa indicou quando abordou o tema do arrendamento, designando-o como um mercado “muito mais elástico e flexível”.  

Com um foco especial na área metropolitana de Lisboa, o CEO da Century 21, apresentou alguns dados relevantes acerca do rendimento médio disponível das famílias, arrendamento, prestações pagas ao banco, o custo de compra de uma casa e entre outros dados. 

No que diz respeito ao rendimento médio disponível das famílias na área metropolitana de Lisboa, de referir que o mesmo varia entre os 2.195 euros de Oeiras e os 1.544 euros da Amadora, sendo que há um gap de 30% entre o rendimento nos diferentes concelhos da área. No que diz respeito aos valores de arrendamento de uma casa de 90 metros quadrados, Lisboa e Cascais têm valores similares (1161 e 1125, respetivamente), sendo os únicos mercados com rendas acima dos mil euros. 

De destacar também que, a prestação paga ao banco para comprar uma casa de 90 metros quadrados, supera os mil euros apenas em Lisboa, embora bastante aproximado por Cascais (999 euros). Quanto ao custo para adquirir uma casa de 90 metros quadrados, de sublinhar que Lisboa lidera, exigindo mais de 375 mi euros para comprar 90 metros quadrados, seguida por Cascais, 306.180 euros. 

Apresentou também cálculos, com a taxa de juro a 1%, revelando que há um “aumento de 69 euros da prestação de quem compra uma casa, relativamente a esta dinâmica da subida das taxas de juro”, frisando que “a promoção imobiliária tem aqui uma prova de fogo”.