Habitação acessível exige uma política de missão

09/12/2021
Habitação acessível exige uma política de missão

“Os desafios de criar habitação condigna e acessível devem ser encarados como uma estrutura de missão”, disse Conceição Melo, presidente do Conselho Diretivo Regional Norte da Ordem dos Arquitectos, sublinhando que “de outra forma será muito difícil superar este desafio”.

O acesso à habitação não é um problema exclusivamente português, com efeito também Espanha “vive tempos de mudança” que procuram “responder às necessidades das pessoas”, contou Teresa Taboas, arquietta, e membro do Consello de la Unión Internacional de Arquitectos (UIA). Um desafio que exige “uma transformação multidisciplinar. Um comprometimento de todos com a construção de um lugar melhor”.

Na opinião de Francisco Rocha Antunes, Chair da Urban Land Institute Portugal, na criação de habitação acessível “os Governos devem assumir um papel central e fundamental”. Também Ana Gomes, Partner, Head of Development & Living da Cushman & Wakefield admite que “a habitação é uma responsabilidade de todos (públicos e privados), mas que exige a intervenção do Estado”. E acrescenta, “é um grande desafio aquele que temos pela frente, como foi há anos a reabilitação e regeneração do centro das cidades e que com as medidas certas foi superado. Hoje o desafio é outro. É encontrar soluções de habitação. Novamente estamos perante um desafio que exige medidas certas por parte do Governo”.

Do lado da indústria, há esforço em curso. Tal como contou Filipe Sambento, diretor comercial da Saint-Gobain Portugal “num contexto de subida do preço das matérias-primas, temos inovados para apresentar soluções que permitam responder à procura sem necessariamente encarecer os produtos e, consequentemente, o preço final da habitação”.