Impacto da pandemia no imobiliário marca primeira edição da COPIP

02/09/2020
Impacto da pandemia no imobiliário  marca primeira edição da COPIP

De que forma está a reagir a economia portuguesa à realidade da Covid-19? Qual o impacto no mercado imobiliário e o que se deve esperar num futuro próximo? Estas são algumas das questões que irão ser debatidas no arranque da primeira edição da COPIP – Conferência da Promoção Imobiliária em Portugal, uma iniciativa da APPII, em colaboração com a Vida imobiliária.

Mas nem só deste tema da atualidade se vai alimentar o evento. Henrique de Polignac de Barros, presidente APPII, destacou a importância de encontrar estratégias capazes de otimizar as potencialidades dos espaços urbanos. “A construção das cidades tem, necessariamente, de passar por uma abordagem global e integrada, entre players públicos e privados, devendo sempre o setor público permitir manter um ciclo de investimento e envolvimento do setor privado, contribuindo para que as empresas desta nossa indústria possam continuar a desenvolver os seus projetos imobiliários, em prol de todos, dos portugueses e de Portugal”.

Para o presidente, esta é a chave para que os promotores e investidores imobiliários possam continuar o seu trabalho de regeneração das nossas cidades, de reabilitação do edificado e agora de colocação de mais oferta, especialmente de construção nova e de habitação dedicada à classe média. “Estes são, pois, os eixos de uma estratégica global, que permitirá manter um ciclo de investimento privado, num caminho crescente de construção das cidades do futuro em Portugal e que vamos desenvolver ao longo do dia 8 de setembro, num formato totalmente digital”.

Hugo Santos Ferreira, vice-presidente executivo da APPII, ressalva que 2020 ficará marcado para a APPII como um ano não só de superação e reinvenção face a uma das mais drásticas pandemias e crises sanitárias a nível mundial, mas também pelo facto de lançar, de forma autónoma e num evento singular, a sua conferência anual, onde os temas da promoção imobiliária assumem um destaque primordial. “Este foi o caminho natural e sustentando que a APPII seguiu ao longo dos últimos cinco anos na autonomização e destaque da sua grande conferência anual. Depois de vários anos, onde a associação foi cimentando os temas da promoção imobiliária em eventos pluritemáticos, decidiu a direção da APPII em 2020 e mesmo contra tantas dificuldades e desafios, dar o merecido e devido destaque aos temas e principais preocupações do setor da promoção imobiliária em Portugal”.

O imobiliário como motor da economia

O mercado imobiliário é um dos principais “motores” da economia portuguesa, garante Hugo Santos Ferreira, sustentado a sua afirmação no facto de nos últimos anos 30% do PIB nacional ser da responsabilidade desta indústria o que, no seu entender, tem ajudado não só a fazer crescer a economia, mas a reabilitar as cidades e a criar as condições para construir urbes mais sustentáveis. “Essa é precisamente a preocupação dos ‘Fazedores de Cidades’, ou não fossem os promotores imobiliários os principais responsáveis por construírem, junto com as câmaras municipais, as nossas cidades”.

O responsável admite que os espaços urbanos encerram uma importância acrescida no cenário global de hoje e que a competitividade dos países depende, hoje quase em exclusivo, da competitividade das suas cidades. “Na Europa, 75% da população vive nos centros urbanos e estes são responsáveis por 85% do PIB europeu. Tudo isto ilustra bem a necessidade de olhar para as cidades como elementos essenciais da competitividade do território. Para isso, é essencial disponibilizar ferramentas, melhorar processos e criar melhores e inovadoras condições, capazes de otimizar as potencialidades dos espaços urbanos”.

Aliás, para Hugo Santos Ferreira, estamos perante uma oportunidade única. “Este é o momento para assumirmos as nossas cidades perante o mundo, mas para isso temos de concretizar uma estratégia global e integrada de dinamização da construção e do imobiliário nas próprias cidades. A sua aplicação efetiva na vida das empresas e das pessoas dependerá da capacidade de se manter um ciclo de investimento e de envolvimento dos privados, que neste momento já é marcadamente visível, mas que é imprescindível fortalecer e em momentos de crise como este que vivemos, até redobrar. Esta é a chave para que o sector imobiliário possa continuar o trabalho de dinamização das nossas cidades”.

O Programa Relançar, a construção de habitação acessível, os Golden Visa e a apresentação do projeto Living Lab APPII SI: Saúde & Imobiliário são ainda outros aspetos a realçar nesta primeira edição.