Interior do país revela boas oportunidades no imobiliário

03/03/2021
Interior do país revela boas oportunidades no imobiliário

O “êxodo urbano” para a periferia não é um conceito novo mas tem vindo a intensificar-se nos últimos anos, sobretudo por dois grandes motivos: a perda de casa para o Alojamento Local (AL) e os aumentos de rendas nas grandes cidades. O ano passado, face a um contexto de pandemia, uma série de novos motivos, completamente díspares dos já referidos, fizeram disparar a atratividade do interior do país.

As periferias que até agora serviam de alternativa para diminuir o impacto da explosão dos preços no imobiliário nos grandes centros urbanos, viram, face a este aumento de procura por parte das centenas de milhar de habitantes expulsos dos centros, os preços duplicarem. Em 2020, e apesar da crise pandémica, os preços no mercado imobiliário residencial “continuaram a aumentar após o choque pandémico, embora a um ritmo ligeiramente mais lento” (BdP) e “no segundo trimestre, o índice de preços da habitação cresceu 7,8% em termos homólogos, mas menos: no quarto trimestre de 2019 tinham subido 8,9%”.

E embora mantenham níveis mais compatíveis com os rendimentos das classes médias, as periferias passaram a ter como grande rival um interior do país que consegue oferecer preços mais acessíveis, uma maior qualidade de vida, em segurança face às novas exigências, com áreas de habitação mais ajustáveis à nova realidade familiar.

A juntar a tudo isto, o teletrabalho vai passar a ser prática comum em muitas empresas, viabilizando a primeira habitação fora das grandes cidades e mesmo das urbes periféricas. Mais ainda, segundo as novas regras, a concessão de “golden visa” nas zonas metropolitanas de Lisboa e Porto, bem como no litoral (sobretudo Algarve), vão ser limitadas, o que irá canalizar o investimento estrangeiro para o interior e ilhas, desviando-o, assim, das grandes cidades.

Um relatório da Moody’s salientava precisamente que se, por um lado, numa altura de crise económica, a disponibilidade de rendimentos é menor – havendo a tendência para que haja um aumento da procura em regiões com habitação mais barata, como acontece no interior do país – por outro, com a opção pelo teletrabalho, a procura por habitação nos principais centros urbanos vai cair significativamente e os consumidores vão procura habitações maiores, que possam acomodar o teletrabalho.

Segundo dados de dezembro do INE, esta tendência já se está a verificar. No terceiro trimestre de 2020 venderam-se 45.136 casas em Portugal, por um valor total de 6.752 milhões de euros. A capital continua a ser a região com mais transações, mas com números diferentes dos registados no início de 2020, antes da pandemia. No terceiro trimestre, venderam-se 14.141 casas na Área Metropolitana de Lisboa, uma queda de 8,7% face a igual período do ano passado e o equivalente a 31% do total de casas vendidas em Portugal nestes três meses. No primeiro trimestre de 2020, Lisboa respondia por 35,5% do total de vendas em Portugal. Na Área Metropolitana do Porto, o comportamento é bastante semelhante.

No interior do país, verifica-se exatamente o contrário. No Centro, por exemplo, houve um aumento das vendas. Nesta região, foram transacionadas 9.631 casas no terceiro trimestre, uma subida homóloga de 6% em relação a igual período do ano passado. O Centro passou, assim, a representar mais de 21% das vendas totais de casas no país, quando, no início do ano, representava cerca de 18% do mercado.

Portalegre em destaque

Algumas regiões estão a revelar-se mais resistentes aos impactos da crise sanitária e do decorrente confinamento, tendo ganho peso e representatividade naquilo que significa compra e/ou investir. Neste enquadramento, o Millennium bcp apresenta ao mercado uma carteira de imóveis selecionados num determinado distrito do interior do país, e que pode reunir as condições atualmente procuradas. Trata-se do distrito de Portalegre e de cerca de 30 imóveis, entre residenciais, lojas e terrenos para construção de moradias, em 10 concelhos, como Campo Maior, Elvas, Avis, Nisa, Monforte, Crato, Fronteira, Alter do Chão, Portalegre e Sousel. Os preços são bastante convidativos, tanto no contexto de quem procura imóveis para reabilitação em zona rural e posteriormente para habitar ou para investimento colocando-os de seguida em mercado de arrendamento.

São apartamentos de tipologias T1 a T6, com áreas privativas entre 76 e 206 m2 e preços a partir de 21.000€; moradias, de tipologias V1 a V5, e com áreas mais amplas de 94 a 463 m2, com preços de venda a partir de 25.000€. Neste segmento destacamos a moradia inserida na designada Quinta de Santo António, em Monforte composta por 2 pisos e com uma área bruta privativa de 476 m2. Esta componente urbana da quinta insere-se num lote de terreno com 3.266 m2 ao qual está ainda associado uma componente rústica com uma área total de 143.484 m2, que se subdivide em terreno de produção com 141.924 m2 e uma dependência agrícola com 1.560 m2. O rés do chão da moradia é constituído por 4 salas, hall, cozinha, 1 wc e 2 divisões para arrumos. O 1º andar comporta 5 quartos, 4 halls, 4 salas, 3 wc, 2 corredores, cozinha, varanda, 1 dependência ampla com um wc e mais uma divisão. No exterior da moradia existe uma piscina, dependência do caseiro com 1 sala e 2 quartos. Este ativo beneficia de uma excelente localização a cerca de 5km de Monforte, numa zona tranquila e com beleza natural.

Interior em grau de igualdade

Carlos Nunes, do Millennium bcp, explicou que os artigos dedicados ao tema do imobiliário abordam com frequência a atualidade e tendências do mercado imobiliário nas grandes cidades, como Lisboa ou Porto, ou ainda na região algarvia, atendendo ao dinamismo e volumes de transação nestas regiões. “As zonas do interior acabam, regra geral, por ser secundarizadas e raramente abordadas. Nesta edição do Público estamos a falar do distrito de Portalegre, mas há outros em igual circunstância que a prazo pretendemos igualmente abordar”.

Aliás, na carteira do Millennium bcp “sempre houve exposição em concelhos do interior e sempre olhámos para a oferta, nestas regiões, com o mesmo grau de importância e de interesse que incutimos noutras zonas”. Claro que, diz este especialista ao Público Imobiliário, são mercados mais desafiantes por serem menos dinâmicos. “No entanto, sempre tivemos aí uma oferta muito interessante desde habitação, como sejam apartamentos, moradias com pequenas parcelas de terreno ou mesmo quintas com terrenos de maior dimensão, a lojas e também terrenos urbanos ou rústicos”.

No caso particular do distrito de Portalegre, a oferta do Banco é destinada primordialmente à população do distrito, embora em determinadas zonas, das quais se destacam Montargil, Avis, Alter do Chão e Marvão, pelos pontos de interesse que têm “podemos aí encontrar uma oferta enquadrável no que habitualmente investidores procuram, por exemplo para habitação secundária. Nestes estarão, naturalmente, investidores que têm a sua residência habitual fixa num grande centro urbano e procurem um certo refúgio num ambiente mais tranquilo”.