Investidores não deixaram de apostar no mercado algarvio

05/05/2021
Investidores não deixaram de apostar no mercado algarvio

No primeiro trimestre deste ano foram vendidas cerca de 49.600 casas em Portugal Continental, o que representa uma subida de 57% face aos 31.600 fogos vendidos no segundo trimestre de 2020. Um desempenho transversal a todas as regiões do país, com as Áreas Metropolitanas de Lisboa, e Porto e o Algarve a registarem uma subida trimestral de 6% no volume de vendas. Na comparação com o anterior confinamento, as vendas subiram 47% na AML, 46% na AMP e 76% no Algarve. Segundo os números estimados, ter-se-ão vendido 17.150 habitações na região de Lisboa, 8.120 na região do Porto e 3.900 no Algarve.

As consultoras admitem que o setor imobiliário começa a retomar no Algarve, um ano depois do início da pandemia, com os investidores nacionais, mas também estrangeiros, a acelerarem o processo de aquisição de imóveis. Para além dos “tradicionais” mercados como Brasil, Estados Unidos ou Inglaterra, investidores oriundos da Alemanha, Suíça, Bélgica e Escandinávia estão a ser particularmente ativos na compra de casa, sejam propriedades no campo ou em pequenas cidades, com moradias envoltas à natureza que proporcionem espaço, privacidade e acesso à simplicidade de vida do Algarve.

Apesar da pandemia, o valor dos ativos imobiliários manteve-se elevado e os preços têm-se verificado estáveis, o que leva as consultoras a crer que, se a tendência atual se mantiver, o impacto da pandemia no mercado poderá ser reduzido em áreas onde já existia uma elevada procura antes da Covid-19. Os especialistas salientam a necessidade do mercado da oferta se adaptar a novas tendências impulsionadas pela pandemia, tais como o trabalho remoto, o que leva a uma maior procura por áreas menos centrais e longe dos centros urbanos.

Algarve nunca deixou de ter investidores estrangeiros

A vida social e a economia começam agora a reestruturar-se, aproveitando o atual momento em que o confinamento está a desvanecer, com regras, é certo, mas com as pessoas, as empresas e os negócios a estabelecerem força para avançar. “E nada melhor do que olhar para várias vertentes, depois de um interregno que permitiu introspeção e definição de interesses, desejos e estratégias de mudança. Falamos dos particulares que já tinham vontade de se estabelecer em regiões mais afastadas da dinâmica das urbes, mas também dos que durante 2020 pensaram que investir numa habitação para férias no seu país seria uma dádiva e agora querem avançar”, explica o Millennium bcp que dispõe, neste momento de uma oferta de moradias, apartamentos e terrenos para autoconstrução em concelhos mais campestres ou mais balneares como Portimão, Alcoutim, Castro Marim, Lagoa, Loulé e São Bras de Alportel. “Falamos também dos residentes no exterior que continuam a demonstrar o seu interesse por Portugal, não só para desfrutar momentaneamente, como para estabelecer-se por períodos mais longos”.

Aliás, segundo Carlos Nunes, do Millennium bcp, o Banco nunca deixou de ter investidores estrangeiros interessados em investir na compra de imóveis, no Algarve, mesmo em tempo de confinamento. “É verdade que as restrições à circulação de pessoas e suspensão da entrada de voos de outros países levantaram-nos dificuldades, nomeadamente nas visitas aos imóveis, assim como, mais tarde, na concretização das escrituras”. Contudo, salienta o especialista, com arte e engenho, quer da parte do Banco, quer da parte dos parceiros imobiliários, os entraves foram sendo ultrapassados. “Recorremos ao formato de visitas virtuais e reuniões online com os compradores e, sempre que necessário e viável, à realização das escrituras por via da sua representação por procuração”. Desta forma, salienta também Ramiro Gomes, do Millennium bcp, não deixam de ser processos mais trabalhosos e mais morosos, quer na fase de negociação, até alcançar a proposta certa, quer mesmo na fase da realização da escritura, mas compreensíveis por todo o mercado.

Carlos Nunes está convicto que “Com a evolução desta nova fase de desconfinamento, esperamos uma melhoria do processo, mas também o desbloquear de algumas situações pendentes, pois nem todas as pessoas aceitam comprar um imóvel apenas com recurso a visita virtual ou emitir procuração de representação para a concretização de escrituras”.

Tudo pesado, é expectativa do Millennium bcp assistir a uma retoma dos investidores estrangeiros para níveis em linha com o que tiveram, por exemplo, durante maio e outubro de 2020, já que o seu interesse por imobiliário em Portugal não desapareceu.