No ano passado, o investimento direto estrangeiro em Portugal (IDE) atingiu os 6.800 milhões de euros, avança o Banco de Portugal. Mais de metade, cerca de 3.900 milhões de euros, dizem respeito a investimento no mercado imobiliário.
Trata-se de um aumento face aos 3.164 milhões de euros investidos em 2022. O investimento imobiliário estrangeiro tem aumentado nos últimos 10 anos, mas só em 2021 foi ultrapassada, pela primeira vez, a barreira dos 2.000 milhões de euros de IDE aplicado ao imobiliário (2.128 milhões nesse ano).
Em 2023, os países europeus foram os que mais investiram em Portugal, logo seguidos pelos países asiáticos. No ano passado, os investidores oriundos da Europa aplicaram 4.993 milhões de euros em Portugal, os asiáticos 1.175 milhões de euros e os americanos 397 milhões de euros.
As regiões da Grande Lisboa, do Norte e do Algarve concentraram, no seu conjunto, 81,6% do total do stock de investimento direto estrangeiro em Portugal. Por outro lado, as regiões com menor concentração de investimento direto proveniente do exterior eram a Região Autónoma dos Açores, com 500 milhões de euros (0,3% do total de IDE), o Oeste e Vale do Tejo, com 2.600 milhões de euros (1,4% do total de IDE), e a Península de Setúbal, com 3.900 milhões de euros (2,2% do total de IDE).
Entre 2017 e 2023, as regiões que registaram crescimentos mais elevados de IDE foram o Centro, o Alentejo e o Algarve: 86,5%, 78,6%, e 68,4%, respetivamente. Em sentido contrário, de entre as regiões que registaram decréscimos, destaca-se a Região Autónoma da Madeira com uma diminuição de 51,3%.
No final do ano de 2023, o stock de investimento direto estrangeiro em Portugal era de 180.000 milhões de euros, e o de investimento direto de Portugal no exterior era de 64 mil milhões de euros. Estes montantes representavam, respetivamente, 68% e 24% do PIB português.
Segundo o BdP, desde 2008 que ambos os stocks têm aumentado, embora a ritmos diferentes. O IDE mais do que duplicou entre o final de 2008 e o final de 2023, enquanto o IPE cresceu 22%. Quando medidos em percentagem do PIB, o peso do IDE aumentou 22 pontos percentuais, mas o peso do IPE reduziu-se 5 pontos percentuais.
