Janelas eficientes têm papel essencial na melhoria da segurança antirroubo

19/07/2023
Janelas eficientes têm papel essencial na melhoria da segurança antirroubo

As janelas são o ponto mais frágil de um edifício, a nível térmico, acústico e também de intrusão. Mas a tecnologia que hoje existe já permite muito bons níveis de conforto e de segurança, por isso é essencial a substituição de janelas antigas por janelas eficientes, especialmente aproveitando o movimento de renovação do parque edificado português que se aproxima, em resposta às metas de descarbonização definidas pela União Europeia.

A substituição de janelas “não é apenas boa para melhorar as condições térmicas e acústicas de uma casa, com o mesmo investimento podemos conseguir também segurança anti-intrusão. É fundamental considerar a substituição de janelas quando se faz hoje um investimento na habitação”, defende João Ferreira Gomes, presidente da ANFAJE – Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes.

Para o presidente da associação, “as pessoas já têm noção da necessidade de substituir janelas más, e devem agora ter também atenção ao fator da segurança, que deve estar associado à térmica e à acústica. A população já tem alguma sensibilidade em relação às necessidades de segurança antirroubo das portas ou fechaduras da habitação, e conhece as portas blindadas, por exemplo, mas ainda há muito desconhecimento sobre o papel que uma janela eficiente pode ter na questão da segurança antirroubo”. Exemplifica que ainda não existem janelas blindadas, mas “temos de ter janelas que impeçam os assaltantes de entrar rapidamente em casa, nomeadamente em moradias térreas, onde grandes janelas corridas podem ser muito fáceis de penetrar”. Especialmente se tivermos em conta que a maior parte das habitações do país são moradias. “É necessário garantir que, além do clássico aviso ‘cuidado com o cão’ também temos efetivamente uma janela eficiente com segurança antirroubo”.

Investimento em janelas eficientes não deve esquecer acústica ou segurança

João Ferreira Gomes recorda que, no momento atual, a renovação das habitações ganha grande importância já que existem vários apoios comunitários para obras em casa, além da real e urgente necessidade de renovação e de maior eficiência energética. Mas estes apoios focam-se essencialmente no conforto térmico e na eficiência energética, há que não esquecer a acústica e também a segurança antirroubo nesta que é uma oportunidade única de reabilitação das nossas habitações: “já que o investimento vai ser feito, que inclua logo todas estas melhorias”.

Na substituição de uma janela hoje em dia, devem ser tidos em consideração a melhoria do conforto térmico, nos momentos mais quentes e mais frios do ano, a melhoria do ruído que entra em casa, nomeadamente de tráfego, mas também a proteção da casa em caso de tentativa de intrusão. Segundo o responsável, “atualmente, a maioria das janelas eficientes que se produzem e instalam já têm um nível de eficácia bastante elevado quanto à segurança antirroubo”, por isso o investimento não é muito superior ao da instalação de uma janela termicamente eficiente, por exemplo.

As empresas portuguesas “estão perfeitamente preparadas” para responder a esta necessidade, segundo a ANFAJE. Há que procurar soluções como ferragens específicas antirroubo, com vários pontos de fecho e classificações RC1 a RC3; ou vidro laminado, um exemplo de solução antirroubo, também acusticamente mais eficiente, que é muito difícil de quebrar. Tudo isto para desencorajar o oportunismo e ganhar tempo, já que “os ladrões tendem a escolher a solução mais fácil e mais rápida, com janelas mais fáceis de arrombar. Com janelas eficientes, estamos, no fundo, a ganhar tempo para proteger a nossa casa, no caso de ela ter sido escolhida”.

Antes de instalar um sistema de alarme (mais comum), “é fundamental garantir que a casa tem um conjunto de boas janelas eficientes, para que quem vai assaltar não tenha a vida facilitada”. João Ferreira Gomes exemplifica que “janelas antigas, de correr, com vidro simples, como as que temos na maior parte dos nossos edifícios em Portugal, não são muito difíceis de penetrar, mesmo que o alarme toque, o ladrão já pode estar lá dentro, mas se a casa tiver também janelas eficientes, será muito mais difícil entrar.

Setor das janelas eficientes vai reforçar comunicação sobre a segurança

João Ferreira Gomes recorda que “o setor tem estado muito focado na temática da eficiência energética, até porque os apoios concedidos no âmbito dos programas públicos têm sido nesse âmbito, e a segurança antirroubo, e também a acústica, têm ficado um pouco de lado”. Mas garante que este setor vai reforçar a sensibilização e “cada vez mais comunicará esta temática, explicando o porquê da necessidade de substituir janelas de má qualidade, e vai focar-se não só na questão da térmica e da acústica, mas também na questão da segurança antirroubo”.

Esclarece que “não se trata de ‘vender medo’, mas sim de tentarmos efetivamente que, já que 3,5 milhões de casas em Portugal têm janelas ineficientes, que o investimento na substituição dessas janelas seja feito já com soluções que contemplem também soluções antirroubo”. Por isso mesmo, “os cidadãos devem solicitar às empresas do setor janelas com sistemas de ferragem, pontos de fecho, fechaduras mais seguras, que possam dar à janela uma maior robustez na questão da segurança antirroubo”.

Associação apela ao trabalho conjunto com as seguradoras

João Ferreira Gomes acredita que há também trabalho a fazer com as seguradoras, já que quem tem janelas eficientes e com segurança anti-roubo instaladas não tem desagravamento da apólice do seu seguro da casa. Segundo o responsável, este tipo de desagravamento já se aplica em países do Norte da Europa, como o Reino Unido, por exemplo. “Isto acontecerá certamente por desconhecimento das seguradoras, e esperamos que em breve estejam atentas a esta questão e que, em conjunto [ANFAJE], possamos chegar a uma solução que permita desagravar as apólices dos seguros. Apelamos a que as seguradoras desenvolvam comunicação connosco, para que os seus clientes tenham este benefício. É por aí que devemos começar”.